Papo do Editor

Sábado trabalhoso

Sidney Borges
Acabei de salvar uma vespa. Não fosse a minha intervenção e ela teria um destino triste e doloroso. Morreria de inanição, sem comida e água.

Não sei o que pensam as vespas, devem pensar alguma coisa, acho que até as minhocas e aquelas formiguinhas que parecem poeira e que surgem do nada, também pensam. Pois a vespa foi parada pela barreira invisível do vidro da cozinha.

A luz chegava até os olhos, mas por mais que ela tentasse voar só conseguia esmagar as antenas contra o ar endurecido. Imagino a adrenalina, o medo, o suor e o batimento cardíaco acelerado.

Como inteligência faz falta! Ela nem pensou em voar para o lado oposto.

A vespa que salvei era uma dessas que constroem casas coletivas, incapaz de fazer alguma coisa diferente do manual. Suas primas, as vespas hospedeiras, são individualistas e mais inteligentes, conseguem entrar em um ambiente escuro, passear e sair pelo lugar por onde entraram, nunca ficando presas.

Com um copo e um cartão tirei a criatura do vidro e a soltei. Dá uma sensação agradável salvar um bicho, ainda que seja uma vespa. Tenho no currículo a salvação de milhares de formigas, dezenas de passarinhos, algumas aranhas, um gafanhoto e um bagre.

Vou levar uma cópia para o dia do confronto com São Pedro.

Agora é hora de conversar com a samambaia que tem idéias interessantes sobre política e embora manifeste nítidas preferências, sempre nega a parcialidade.

"Sua Boba" - esse é o nome dela - arrasta folhas pelos verdes e até brilha quando Marina é mencionada.

A eleição tá aí.

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