Circo da Notícia
Justiça em versos
Por Carlos Brickmann no Observatório da Imprensa (original aqui)
Lázaro Piunti, uma figura interessantíssima da política paulista, com base eleitoral em Itu, onde foi várias vezes prefeito, teve apontado pelo Tribunal Regional Eleitoral um erro de R$ 86,00 – sim, oitenta e seis reais – na prestação de contas de sua última campanha para deputado federal. Certamente foi erro, jamais desonestidade: Piunti mantém-se ideologicamente no passado, adorando cubanos e norte-coreanos, mas é um homem honrado, correto, respeitável, cuja longa carreira política não se traduziu em enriquecimento.
Como advogado, apresentou sua própria defesa. Escolheu fazê-la em versos (e, apesar do pitoresco do caso, apesar do papel já desempenhado por Piunti na política paulista, os meios de comunicação não deram a menor importância à notícia). Segue a defesa de Lázaro Piunti:
Eminentes julgadores do egrégio tribunal:
Lázaro José Piunti, neste recurso informal
Enfermo, sem emprego, sem amparo social
Vem expor e requerer a compreensão final.
Candidatou-se em 2006 a deputado federal
Desprovido de recursos, nutrido só do ideal
A votação irrelevante - 11.647 votos no total
O custo unitário do voto? Inferior a um real.
Foi mesmo campanha pobre na disputa desigual.
Nove mil quinhentos e trinta - despesa angelical
O requerente protesta contra o rigorismo formal
Confiante no bom senso desse conspícuo tribunal.
Na preliminar e no mérito deste clamor original
Pleiteia ser desonerado doutra exigência arbitral
Devolver oitenta e seis reais parece quantia banal
Mas ao sexagenário se traduz em prejuízo colossal.
Por derradeiro o requerente, em defesa pessoal,
Apela, se necessário, ao direito explícito e legal
De formular no plenário em manifestação oral
A defesa de sua tese perante o honrado tribunal.
Nestes termos, pedindo deferimento
– vem sugerir em última instância –
Conceda-se ao "affaire" acolhimento.
Base: Princípio da Insignificância!
Twitter
Por Carlos Brickmann no Observatório da Imprensa (original aqui)
Lázaro Piunti, uma figura interessantíssima da política paulista, com base eleitoral em Itu, onde foi várias vezes prefeito, teve apontado pelo Tribunal Regional Eleitoral um erro de R$ 86,00 – sim, oitenta e seis reais – na prestação de contas de sua última campanha para deputado federal. Certamente foi erro, jamais desonestidade: Piunti mantém-se ideologicamente no passado, adorando cubanos e norte-coreanos, mas é um homem honrado, correto, respeitável, cuja longa carreira política não se traduziu em enriquecimento.
Como advogado, apresentou sua própria defesa. Escolheu fazê-la em versos (e, apesar do pitoresco do caso, apesar do papel já desempenhado por Piunti na política paulista, os meios de comunicação não deram a menor importância à notícia). Segue a defesa de Lázaro Piunti:
Eminentes julgadores do egrégio tribunal:
Lázaro José Piunti, neste recurso informal
Enfermo, sem emprego, sem amparo social
Vem expor e requerer a compreensão final.
Candidatou-se em 2006 a deputado federal
Desprovido de recursos, nutrido só do ideal
A votação irrelevante - 11.647 votos no total
O custo unitário do voto? Inferior a um real.
Foi mesmo campanha pobre na disputa desigual.
Nove mil quinhentos e trinta - despesa angelical
O requerente protesta contra o rigorismo formal
Confiante no bom senso desse conspícuo tribunal.
Na preliminar e no mérito deste clamor original
Pleiteia ser desonerado doutra exigência arbitral
Devolver oitenta e seis reais parece quantia banal
Mas ao sexagenário se traduz em prejuízo colossal.
Por derradeiro o requerente, em defesa pessoal,
Apela, se necessário, ao direito explícito e legal
De formular no plenário em manifestação oral
A defesa de sua tese perante o honrado tribunal.
Nestes termos, pedindo deferimento
– vem sugerir em última instância –
Conceda-se ao "affaire" acolhimento.
Base: Princípio da Insignificância!
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