Opinião
Os limites do crescimento da indústria
Editorial do Estadão
Na última edição dos Indicadores Industriais, relativos ao mês de maio, que mostram um aumento do faturamento real de 4,0% relativamente a abril (1,1% em termos dessazonalizados), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) comenta que a intensidade da recuperação do setor ainda não está definida. Realmente, sua expansão encontra diversos obstáculos que não dependem apenas da demanda do varejo.
Se nos primeiros meses do ano a demanda apresentou taxa de crescimento nitidamente superior à da produção industrial, é que a indústria, com estoques ainda muito elevados, procurou normalizá-los e, insegura sobre a continuidade da demanda doméstica, usou ao máximo sua capacidade de produção sem sentir necessidade de realizar novos investimentos.
Agora que já se pode pensar que os estoques estão chegando a um nível adequado, a demanda terá de ser atendida com aumento da produção física. No entanto, essa expansão é limitada pelo que acontece no comércio externo.
Com a crise externa, o Brasil teve dificuldades para elevar ou mesmo manter suas exportações de produtos manufaturados, que no primeiro semestre apresentaram queda de 30,6% em relação ao mesmo período de 2008. Houve outras dificuldades, em função da valorização do real, que levou à substituição de produtos brasileiros pelos de outros países, em particular os da China.No momento em que já se nota que o aumento da renda das famílias e os incentivos fiscais intensificam a demanda doméstica, observa-se um aumento das importações de bens manufaturados e, em particular, de bens de capital.
É possível que a valorização do real tenha alguma responsabilidade nisso e que uma modificação do "trend" cambial das últimas semanas permita uma modificação do quadro do comércio exterior. No entanto, a China, graças às suas grandes reservas internacionais, descobriu uma nova arma para consolidar suas exportações, oferecendo grandes facilidades de crédito.
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Na última edição dos Indicadores Industriais, relativos ao mês de maio, que mostram um aumento do faturamento real de 4,0% relativamente a abril (1,1% em termos dessazonalizados), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) comenta que a intensidade da recuperação do setor ainda não está definida. Realmente, sua expansão encontra diversos obstáculos que não dependem apenas da demanda do varejo.
Se nos primeiros meses do ano a demanda apresentou taxa de crescimento nitidamente superior à da produção industrial, é que a indústria, com estoques ainda muito elevados, procurou normalizá-los e, insegura sobre a continuidade da demanda doméstica, usou ao máximo sua capacidade de produção sem sentir necessidade de realizar novos investimentos.
Agora que já se pode pensar que os estoques estão chegando a um nível adequado, a demanda terá de ser atendida com aumento da produção física. No entanto, essa expansão é limitada pelo que acontece no comércio externo.
Com a crise externa, o Brasil teve dificuldades para elevar ou mesmo manter suas exportações de produtos manufaturados, que no primeiro semestre apresentaram queda de 30,6% em relação ao mesmo período de 2008. Houve outras dificuldades, em função da valorização do real, que levou à substituição de produtos brasileiros pelos de outros países, em particular os da China.No momento em que já se nota que o aumento da renda das famílias e os incentivos fiscais intensificam a demanda doméstica, observa-se um aumento das importações de bens manufaturados e, em particular, de bens de capital.
É possível que a valorização do real tenha alguma responsabilidade nisso e que uma modificação do "trend" cambial das últimas semanas permita uma modificação do quadro do comércio exterior. No entanto, a China, graças às suas grandes reservas internacionais, descobriu uma nova arma para consolidar suas exportações, oferecendo grandes facilidades de crédito.
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