Jornais

Imprensa em questão

Sidney Borges
Comecei a ler jornal pra valer quando surgiu o Jornal da Tarde, na segunda metade da década de 1960. Era bonito, diferente e cobria bem futebol e variedades. Eu gostava do esporte bretão e de cinema, mas também gostava das histórias em quadrinhos, das palavras cruzadas e do horóscopo.

A gente muda com o tempo, continuo gostando de histórias em quadrinhos e palavras cruzadas, mas detesto horóscopos.

Com o passar dos anos e o endurecimento da ditadura os editoriais do meu amigo Lenildo Tabosa Pessoa deixaram de interessar. Abandonei o JT e passei a ler a Folha. Tinha lá uma espécie de releitura da irreverência e das entrevistas do Pasquim. O Folhetim de Tarso de Castro foi o mote da mudança. Por conta dos "cuecões" da direção eu teria continuado com os Mesquita.

Até hoje leio a Folha, estou na iminência de desistir. Também gosto do Estadão, na minha opinião o melhor jornal do país.

Estou escrevendo sobre jornais por saber que a crise do setor é quase irreversível. Na tentativa de evitar o abismo a Folha vai ser reformulada.

Nos anos 80 algum iluminado da Barão de Limeira elegeu o americano "USA Today" como a meta a ser atingida. Foi um fiasco. Continuei prestigiando o jornal por conta de Clovis Rossi, Jânio de Freitas, Paulo Francis e quase desisti quando surgiu um editor de origem oriental que escrevia sobre Caetano Veloso.

Sobre a reforma, saiu uma matéria no Comunique-se. Pelo que entendi a roda será reinventada.

Vou esperar para ver, mas se me fosse dado apostar não colocaria um níquel no sucesso da empreitada. Os jornais são lentos, quando abro o meu pela manhã não faço mais do que reler a internet do dia anterior.

Como mudar isso?

Tenho algumas idéias, mas não conto, só se pagarem bem.

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