Notas atômicas

Política antinuclear alemã volta a ser discutida em antecipação a eleições em 2009

Fonte Nuclear

A Alemanha é um dos países mais citados por ambientalistas e opositores da energia nuclear como exemplo de que, supostamente, esta fonte de geração elétrica estaria sendo abandonada em todo o mundo. Isso porque os alemães têm uma política de desligamento progressivo das 17 usinas nucleares do país até 2021. Mas os ventos começam a mudar de direção. Declarações recentes da chanceler Angela Merkel e de outros membros do governo demonstram que o assunto está novamente em discussão. Pesquisas de opinião também revelam que o programa antinuclear alemão está longe de ser uma unanimidade entre a população.
A última declaração a favor de uma revisão da política antinuclear foi da ministra de Pesquisa, Annette Schavan, que, na edição de domingo do jornal Bild am Sonntag, afirmou que o país deveria suspender o desligamento de suas usinas nucleares e até considerar algum dia construir novas unidades. Ela acrescentou que é preciso estender urgentemente a vida útil das usinas do país como forma de contribuir para a proteção do clima global e a geração sustentável de energia. “Construir novas usinas nucleares não é uma questão na Alemanha hoje, mas quem pode dizer que este será o caso em dez anos?”, afirmou.
A política antinuclear foi herdada do governo anterior, uma coalização entre os sociais democratas (SPD) e o Partido Verde. Os democratas cristãos (CDU), da primeira ministra Angela Merkel, sempre foram favoráveis à energia nuclear. Mas, ao formar a chamada “grande coalização” com o SPD em 2005, a CDU concordou em manter a política de seus antecessores. Com eleições previstas para 2009, a expectativa é de que a aliança seja quebrada e a política nuclear alemã volte ao centro das discussões. Uma das principais razões para isso é a escalada do preço do petróleo, que vem batendo sucessivos recordes e ultrapassou US$ 140 o barril.
Pesquisa realizada no início de julho pela Infratest Dimap indica que a opinião pública está dividida. O apoio à política de desligamento das usinas nucleares vem caindo. Dentre as 1 mil pessoas pesquisadas, 51% acreditam que a Alemanha deve manter a política nuclear atual. Em dezembro do ano passado, esse número era de 58%. Outra pesquisa realizada em junho pelo instituto Emnid, encomendada pelo Bild am Sonntag, teve resultados semelhantes. Dos 500 entrevistados, 46% afirmaram que apóiam o uso continuado da energia nuclear, enquanto outros 46% declararam apoiar a política antinuclear e 8% afirmaram estar indecisos.
Em junho, Merkel afirmou, durante encontro do seu partido com a União Social Cristã (CSU) na Baviera, que a decisão de abandonar a energia nuclear é “absolutamente errada”. Ela ressaltou também que a Alemanha está isolada entre seus colegas de G8, já que, depois de mudanças de política na Itália e no Reino Unido, todos apóiam abertamente a energia nuclear. Ela lembrou a importância das usinas nucleares, usando como exemplo a Baviera, onde elas são responsáveis por 60% da energia, afirmando que, em apenas 12 anos, essa geração cessará apesar de as centrais alemãs serem seguras e figurarem entres as melhores do mundo. De acordo com a Associação Nuclear Mundial (WNA), a energia nuclear respondeu por 26% da energia elétrica gerada no país em 2007.
A primeira ministra disse ainda que o debate nuclear precisa ser reiniciado. Mas ressaltou que, apesar de a CDU ser o partido dominante da coalizão que governa o país, o SPD ainda apóia a política antinuclear e que sua convicção pessoal não é capaz de mudar a política da coalizão. Os rumos da energia nuclear na Alemanha serão decididos em setembro de 2009, quando o país deve eleger um novo governo. De acordo com a emissora de televisão Deutsche Welle, a CDU pode tentar uma coligação com o Partido Democrático Livre, que apóia a reversão da política.



Tecnologia PET será tema de congresso em Vitória

A tomografia por emissão de pósitrons (PET) – exame de diagnóstico de câncer mais avançado da atualidade – será o tema principal do XXIV Congresso Brasileiro de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular. Coordenado pela Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SBBMN), o congresso acontecerá entre os dias 18 e 21 de setembro em Vitória (ES).A organização espera a presença de cerca de 500 participantes. O congresso é voltado para médicos nucleares e de outras especialidades, biólogos, físicos, químicos, farmacêuticos, biomédicos e profissionais de outras áreas de saúde. Durante o evento, serão ministrados cursos de atualização em cardiologia e neurologia. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3262-5438, pelo e-mail
sbbmn@uol.com.br ou no site www.sbbmn.org.br, onde também podem ser feitas as inscrições.

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