Ubatuba em foco


Lixão em Ubatuba. O aterro municipal se encontra próximo de área de preservação da Serra do Mar
IMPRENSA LIVRE
Um dos principais rios de Ubatuba recebe água contaminada pelo lixão da cidade
Saulo Gil
Ubatuba
O Rio Grande de Ubatuba, que corta a região central da cidade e abriga a Ilha dos Pescadores da cidade, está recebendo Chourume (líquido escuro gerado pela degradação do lixo orgânico), de origem do aterro sanitário de Ubatuba, próximo ao bairro do horto. O lixão da cidade já está saturado e, daqui alguns meses, não comportará mais nenhum tipo de resíduo.
O aterro municipal já se encontra próximo a cota de preservação da Serra do Mar e não terá condições de ser ampliado. A operação de um lixão é basicamente amontoar os sacos recolhidos na cidade e após um determinado tempo aterrá-los, ou seja, cobre-se o lixo de terra. Hoje, Ubatuba recolhe cerca de 60 toneladas por dia e o destino final já se tornou um morro de lixo. É justamente por essa característica física que o aterro está poluindo diretamente o Rio Grande. Como muito lixo fica descoberto no topo, nos dias de chuva, a água se acumula no espaço de depósito e escorre morro do lixão abaixo, formando uma espécie de cachoeira de chourume que segue pela vala da estrada do aterro e só termina nas margens do rio. Testemunhas do fato dizem que o rio, na região próximo ao bairro do horto, fica cheio de espuma branca e apresenta um mau odor. O chourume deveria ser tratado no próprio Lixão, que além de saturado, já chegou a ser interditado pelo Governo Estadual, entretanto, foi reaberto após a constatação de que a não utilização do espaço traria problemas sociais graves em relação à gestão do lixo. A prefeitura se adiantou para conseguir a autorização do transbordo dos resíduos para outra região e já abriu licitação para o serviço. Entretanto, O Rio Grande irá passar mais uma época de chuva recebendo a cachoeira poluidora do lixão da cidade.
Mais poluição
Não é só o Lixão de Ubatuba que está provocando danos ambientais à Ubatuba. Na Praia Vermelha do Centro, a reportagem do Jornal Imprensa Livre apurou que a falta de caçamba na região está causando a poluição do solo e do mar. Na verdade, o problema começou a ocorrer devido à falta de um container da Sanepav (empresa responsável pelo serviço de coleta na cidade). Sem a caçamba, o lixo se acumulou no chão da rua principal da praia vermelha, ficando exposto à chuva e aos animais. Além da contaminação do solo, o maior agravante acontece também pelo escorrimento natural da água do morro, próximo ao ponto de depósito. Uma outra mini-cachoeira passa pelo lixo e acaba levando resíduos diretamente para o mar, atravessando a rua e formando um córrego de água suja até a praia. De acordo com a empresa, neste ano, foram comprados 32 novos containeres, no valor de 2 mil reais cada. Entretanto, o encarregado geral da Sanepav, Rômulo Mendes, relata que só a Praia Grande recebeu 20 novas caçambas e que existe um cronograma anual de reposição, que da preferência às praias mais movimentadas. Apesar da justificativa, Rômulo Mendes garante que, até o final do mês, a Praia Vermelha receberá um container e promete intensificar o recolhimento de lixo na região. "Aqui na praia sofremos muito com a corrosão das caçambas, pela maresia, então o tempo de vida é muito curto. Por isso, os containeres recolhidos passarão por uma reforma e servirão novamente a população antes do início do verão", completa o encarregado da Sanepav, lembrando que a caçamba de lixo na Praia Vermelha só foi retirada por estar totalmente enferrujada e sem condições de operação por parte do caminhão.

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