Pensata

Imagens de Mônaco e do Brasil

Eliane Cantanhêde
O Principado de Mônaco deverá extraditar o ex-banqueiro Salvatore Cacciola porque está preocupado em alterar a imagem de leniência com os crimes financeiros. E o Brasil, está ou não preocupado com a fama de paraíso da impunidade?
O governo, a mídia, os políticos, todos parecem estar comemorando antecipadamente a extradição de Cacciola, condenado a 13 anos de prisão no Brasil por peculato e por gestão fraudulenta do Banco Marka, que foi pego com as calças curtas e apostando alto, e errado, quando da desvalorização do Real em 1999.
Mas comemorando o quê? O fato puro e simples de o procurado número um do Brasil no exterior estar praticamente fazendo o caminho de volta para cumprir pena. E é aí que mora o perigo, ou a grande dúvida. Se ninguém da elite vai parar atrás das grades por mais de algumas horas ou dias, por que só Cacciola vai parar?
O mais provável é que o governo brasileiro faça toda a encenação conveniente, enviando diplomatas, primeiro, e o ministro da Justiça, em seguida, até vencer a etapa de garantir a extradição. Depois... tudo depende da Justiça e a gente sabe muito bem o que isso significa.
Pilhas e pilhas de provas nunca foram suficientes para garantir de fato a prisão de poderosos, que acabam voltando para a Câmara, para o Senado e para os salões do glamour e da boa vida, embalados por advogados caríssimos e um sistema judicial que permite dezenas de habeas corpus e outros jeitinhos, até que o crime prescreva ou o sujeito caia duro, com direito a enterro de luxo e heranças fabulosas para várias gerações.

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