Editorial

Tarô

Disputar uma eleição para ganhar implica em ter informações sobre o que vai nas cabeças e nos corações dos eleitores, seres volúveis. Imaginem os senhores que me lêem a diferença de conceito de Marta Suplicy um dia antes do “relaxa e goza” e uma semana depois, quando a frase inoportuna tinha produzido efeitos. Nesse caso, uma única pesquisa, feita antes ou depois seria incapaz de mostrar o potencial da ex-prefeita, excelente num dia e péssimo no outro. A pesquisa isolada mostra um instantâneo, um momento, nada mais do que isso. É como uma foto que pode inclusive receber recursos de "Photoshop" para realçar as cores e o brilho. Hoje em Ubatuba qualquer pesquisa indicará dois nomes fortes para a prefeitura e alguns pra lá de conhecidos para a Câmara. O que os números dirão depois de um mês de campanha, quando o conjunto da obra dos candidatos estiver exposto? Eu guardo uma lembrança forte de como as pesquisas podem ser maquiadas e enganar a todo mundo, inclusive aos maquiadores. Em 1985 os candidatos Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros disputavam a prefeitura de São Paulo. O Ibope dava como certa a vitória de FHC, bem como o DataFolha e outros institutos menores. Uma voz discordava, a rádio Jovem Pan, que tinha um método próprio, usava taxistas como termômetro das preferências populares. Nos últimos dias da campanha ela apontava a vitória de Jânio, o que acabou sendo confirmado nas urnas. O povo dizia uma coisa os institutos liam outra. Se eu fosse candidato evitaria as pesquisas amigas, geralmente tendenciosas, que fazem bem ao ego em certos momentos, mas podem causar grandes decepções com a verdade das urnas. Na Ubatuba atual ninguém precisa de pesquisa para saber que o favorito às eleições de 2008 é Paulo Ramos. Essa é a fotografia de hoje, não sei o que vai acontecer no futuro. Se soubesse comprava um bilhete premiado e punha o burro na sombra.

Sidney Borges

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