Opinião

“Quantos somos?”

Corsino Aliste Mezquita
Informa o levantamento censitário, do IBGE, que Ubatuba tinha, em 2006, 73.404 habitantes residentes. Em 2004 o número era bem superior, 76.847. O decréscimo estimado, de um levantamento para outro, é de 3.443 moradores fixos. Esses números, aparentemente, conflitam com a realidade e com estimativas existentes. Entretanto não conhecemos pesquisas que permitam deles duvidar. O IBGE é instituto sério, responsável e seus levantamentos tem confirmado a realidade. Nada a contestar.
Partindo da veracidade dos dados, é necessária, reflexão profunda sobre eles e providenciar medidas necessárias para mudar essa suposta tendência.
Quais as causas desse decréscimo?
Certamente, não tem origem vegetativo. Aquele ocasionado pelo maior número de mortes que de nascimentos. Estes, (os nascimentos), tem sido três ou quatro vezes superiores às mortes.
Terá havido emigração?. É hipótese possível. Há sintomas que indicam esses indícios.
Ubatuba oferece poucas oportunidades de emprego e aperfeiçoamento profissional. Motivados por essas carências muitos emigram para outras cidades, regiões ou países.
Temos observado o fechamento de lojas e empresas e a conseqüente perda de postos de trabalho.
Quantidade, de imóveis residenciais, estão a venda em todo o município.
Ouve-se também que alguns imigrantes empreenderam o caminho de volta por causas as mais variadas.
Aos olhos de todos está a prática generalizada da administração municipal contratando, para todas as grandes obras, empresas de fora do município que, aqui, não geram empregos, não fixam moradores e não deixam recursos. A compra dos “pavers”, ou bloquetes rústicos e coloridos de cimento são exemplo acabado. Aqui só fica a poluição visual por eles gerada. Nem a chamada água do passarinho aqui pode irrigar.
Não pode ser ignorado o congelamento de áreas, o tratamento dado a alguns de seus moradores, a derrubada de casas e outros tratamentos, digamos, menos elegantes.
As mudanças constantes na legislação municipal criando instabilidade jurídica para os investidores sérios e abrindo caminho para aventureiros e concorrentes desonestos.
Outros indícios, não cabem neste breve comentário, podem explicar as conclusões do IBGE.
Sendo assunto complexo, os políticos encontrarão explicações que não os atinjam. A culpa será atribuída aos recenseadores, à dificuldade para atingir bairros afastados e supostamente perigosos nas profundezas do Morro do Feliz, Pé da Serra, Ipiranguinha, Bela Vista, Sesmaria, Sertão do Perequê Mirim, Vila Santana etc.. etc.... Dirão. Quem é que teria coragem de entrar sozinho nesses bairros?. Esquecem que essas mesmas dificuldades já existiam em censos anteriores.
A grande verdade é que, apesar do esforço do IBGE e dos enormes gastos com recenseamento nunca saberemos quantos somos ou moramos em Ubatuba. Não possuímos controles populacionais que permitam saber o local onde cada cidadão reside, a mobilidade social é enorme e os controles são difíceis por causa da dispersão espacial. Temos também o problema de habitantes que não tem certidão de nascimento ou documento que os habilite como cidadãos. Outros são fugitivos da Justiça e não se declaram como residentes.
A provável verdade é: “A fuga dos dinheiros públicos, para fora do município, devem ter levado junto os 3.443 habitantes fixos de Ubatuba”.

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