Editorial

Políticas públicas

Ubatuba tem sérios problemas de infra-estrutura. É público e notório. Não é raro algum político reclamar da Sabesp, a grande responsável pela falta de tratamento dos esgotos. As redes de captação estão prontas, faltando concluir as estações de bombeamento. Ouço isso desde que moro na cidade, há quase seis anos. Ontem fotografei uma vala que recebe esgotos e recebi diversas manifestações, algumas de incentivo e outras de repúdio. Um leitor me enviou um e-mail dizendo que eu deveria mostrar as coisas bonitas de Ubatuba. Outro afirmou que a situação é culpa do descaso do atual governo. Peguei dois extremos para discordar de ambos. Não é função da Imprensa mostrar apenas as coisas bonitas, isso cabe aos que exploram o turismo. Os problemas não podem ser escondidos, agir assim equivale a varrer a sujeira para baixo do tapete. Ela fica invisível, mas está lá e qualquer dia aparece. Por outro lado, o atual governo não pode ser responsabilizado por uma situação que perdura há muito tempo. Em dois anos não daria para reverter o quadro que pode ser considerado grave. A solução das mazelas da infra-estrutura municipal passa pela criação de políticas de estado para o setor. Hoje cada governo decide o que fazer, podendo inclusive não fazer. Se, no entanto tivéssemos um plano de ação que transcendesse a política, de cunho técnico, certamente em poucos anos o problema deixaria de tangenciar a calamidade, como ocorre hoje. O primeiro passo seria criar uma pasta responsável pela infra-estrutura, com gente competente. Depois elaborar um plano de ação envolvendo os governos estadual e federal. E por último tornar obrigatória a execução do plano através de leis. Trata-se de uma questão de vontade política, somente isso. Como diz o Bernardinho do vôlei: “é preciso ter um plano para mudar se for preciso”. Depois é trabalhar e trabalhar, sem o que nada se resolve.

Sidney Borges

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