Teatrinho

Sinopse da peça "Pudim Suspeito"
Ato único

Freud. O que será que o desejo irrefreável de comer pudins de ameixa tinha a ver com a histeria e frigidez de Claude Camille? Na infância ela teria visto o padrasto copulando com a mãe e depois com a empregada e no mesmo dia com uma cabra albina. O fato veio à luz após três demoradas e sofridas sessões de hipnose. Claude que amava perdidamente a cabra se sentiu traída. Depois de algumas sessões de rescaldo curou-se da histeria. Nunca mais quebraria bares nem atacaria carteiros. Recuperada da frigidez casou-se com o padrasto, viúvo pela quarta vez. Foi uma grande decepção. Vinte anos depois ele já não era o mesmo. Claude Camille morreu atropelada por um tanque belga, na Normandia, em 1917. Na bolsa levava um pudim de ameixas e a foto de uma cabra albina. Quanto a Freud, continuou curando jovens histéricas e ficou tão famoso que emprestou o nome para um Freud tupiniquim petista, que queria ser Gregório Fortunato. Compulsão adquirida pelo hábito de ouvir diariamente o refrão da música de Caetano: “eu sou neguinha”. Neguinha jamais, cabra frouxo não trabalha com “Nosso Guia”. Melhor ser negão. Gregório Fortunato. Aquele que mandou matar Carlos Lacerda para proteger Getúlio. O pistoleiro era amador, acertou o pé do Corvo. Freud, moderno, tentou macular a honra do inimigo, também ave, apenas mais bicuda e colorida. A história se repete. Sempre. Comprou um dossiê do Vedoin. Santa inocência. Agora é capaz de comprar um carro usado do Vedoin. Ou melhor, uma ambulância usada. Elementar dear Watson. Foi o mordomo. Delúbio is the one. Tem grana na jogada? Tem, alguns trocados. Um milhão e setecentos. O PT não sabe de nada. A grana foi colhida na árvore da esquina. Não pode ser fotografada. Queima o filme, ainda que a câmera seja digital. O ministro da Justiça garante. Se ele diz, quem pode afirmar o contrário?

Pano rápido, rapidíssimo.

Sidney Borges

D’après Ionesco

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