História

A Guerra do Paraguai sob nova visão

Livro sobre mulher de Solano López reabre o debate sobre o conflito

Moacir Assunção
Prestes a completar 140 anos do seu fim, em março de 2010, a Guerra do Paraguai ainda causa frisson na região e seus reflexos fazem com que o tema volte à tona. O recente lançamento do livro Calúnia - Elisa Lynch e a Guerra do Paraguai, dos escritores Michael Lillis e Ronan Fanning (Editora Terceiro Nome) trouxe dados novos sobre a trajetória da irlandesa, mulher do presidente paraguaio Francisco Solano López, que entrou em guerra, ao mesmo tempo, contra Brasil, Argentina e Uruguai. Durante toda sua história, Elisa foi injuriada por escritores dos três países da chamada Tríplice Aliança e até por paraguaios.


A Guerra do Paraguai, segundo mais cruento conflito do continente americano - depois da Guerra da Secessão (1861-1865) nos EUA -, começou em dezembro de 1864, com a invasão do Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), ordenada por López. Segundo a historiografia, um erro de cálculo do ditador paraguaio.

López não contava com a aliança entre os rivais brasileiros e argentinos e achava que teria o apoio do caudilho Justo José de Urquiza. O general argentino era adversário do governo central de Bartolomeu Mitre, encastelado em Buenos Aires. Urquiza, porém, ficou do lado da Tríplice Aliança e ampliou sua fortuna pessoal vendendo cavalos aos aliados.

A causa mais direta do conflito foi a ascensão do Paraguai e seu interesse estratégico em manter o Uruguai independente, sem influência brasileira e argentina, para garantir a livre navegação do Rio da Prata - fundamental para o comércio do país na época.
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Nota do Editor - Nos anos de chumbo circulava um livro de autoria de dois historiadores italianos, Manlio Cangogni e Ivan Boris. O título sugestivo convidava à leitura: Solano Lopez, o Napoleão do Prata. Quem tivesse um exemplar em casa e fosse dedado ia pro xilindró. Eu tinha, e também tinha o altamente subversivo "Bombas Hidráulicas". Viver perigosamente era o meu lema. Os italianos imputaram ao Império Britânico a culpa pela audácia de Solano Lopez. O maluco invadiu o Brasil cuja população era 40 vezes maior do que a do seu país. Invadiu e foi derrotado, estava escrito nas estrelas. Lopez fez, guardadas as distâncias, o que Hitler fez em 1941 na "Operação Barbarossa". A visão maniqueísta-marxista do livro deu frutos, diversos historiadores praticamente copiaram a obra e ganharam seus 15 minutos de fama. Mas ficou nisso. (Sidney Borges)

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