Reflexões

O mundo é das mulheres

Marcos Linhares
Em 1917, o Código Civil Brasileiro afirmava que as mulheres casadas eram pessoas inaptas e colocadas no mesmo nível dos menores de idade, pois " são incapazes, relativamente, a certos atos ou à maneira de o exercer". Tal artigo durou quase cinqüenta anos, só sendo revogado em 1962. Até 1928, as mulheres eram proibidas de participar das Olimpíadas. O presidente do Comitê Olímpico Internacional da época e criador das Olimpíadas da era moderna, o famoso Barão Pierre de Coubertin, pediu demissão do cargo por discordar dessa mudança. Vinte anos depois da primeira mulher participar das Olimpíadas, a holandesa Fanny Blankers-Keon, 30 anos e mãe de dois filhos, deixou para trás todos os homens da competição, ganhando quatro medalhas de ouro no atletismo.
E no próprio meio feminino houve resistências nas relações de gênero. Para exemplificar, cito algumas revistas femininas com conceitos politicamente incorretos como: "Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto" (Revista Cláudia, 1962) e, "o lugar de mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza" (Revista Querida, 1955) . Imagine como terá sido a vida de brasileiras ilustres como Nísia Floresta, Berta Lutz, Leila Diniz, Margarida Alves, Nair de Tefé, Chiquinha Gonzaga, Dulcina de Moraes, Sarah Kubistchek, Pagu, Zuzu Angel, Maria Lenk, Irmã Dulce, entre tantos exemplos de valor.

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