Controvérsias

...na Festa de São Pedro!

Ronaldo Dias
Apesar da previsão de chuva e de mau tempo minha mãe insistiu que fossemos a abertura da Festa de São Pedro. Com o clima muito desfavorável, o público não chegou a duas centenas de pessoas, o que facilitou o acesso, a circulação e ainda proporcionou um atendimento rápido nos pedidos, na limpa e asseada barraca da Colônia. Como sempre, a casquinha, o bobó e a tainha assada estavam deliciosos. O garçom Juscelino (o “JK”) nos atendia com a maior presteza e atenção. As crianças se divertiam nas barracas de prêmios. Mesmo com o som do microfone muito acima dos decibéis suportáveis (e permitidos) e as insistentes e repetitivas seções de agradecimentos aos organizadores, a noite estava muito agradável! Entre boas conversas e acenos aos conhecidos, lá pelas tantas, mamãe (que tem 80 anos e problemas sérios de locomoção) pediu para ir ao toalete, logo ali no Restaurante Perequim. Pela posição da Barraca da Tainha (este ano) bastaria apenas atravessar a rua. Fácil e confortável para a velha senhora. Segurei-a pelo braço e me dirigi ao portão que não sei porque, diferente de quando entrei, estava fechado. Dois senhores em trajes civis conversavam a sua frente. Pedi licença e que fizessem a gentileza de abrir o portão para que eu pudesse sair, pois iria levar a minha mãe até o toalete do Perequim, do outro lado da rua. Fiquei surpreso quando um deles, o mais baixinho, muito parecido com o Clodovil, disse-me:

- “Este portão está fechado e é utilizado apenas para uso de entrada de “serviços” e como “saída de emergência”... Pensei: “Serviços? Quais? Saída de emergência? Uma senhora de 80 anos, necessitando ir a um toalete não é uma emergência? Se permanecesse trancada, seria saída de emergência para quem? Com aquela chuva? Com aquele minguado movimento?”... Num primeiro instante pensei que poderia tratar-se de alguma brincadeira ou mal entendido. Assim, retruquei, que eles não estavam entendendo. Expliquei, novamente, insistindo que aquela senhora que ali estava, minha mãe, não teria condição físicas para utilizar o sanitário químico (disponível ao público) muito menos poderia atender a proposta daquele insensível senhor (porteiro) de que déssemos “a volta” (que saíssemos pela entrada do estacionamento, lá do outro lado, localizado entre o Tachão e o posto de gasolina) em vez de simplesmente atravessar a rua até o Perequim. Inconformado com tamanha insensatez e paquidérmica sensibilidade, insisti, agora com maior “vigor” nas palavras para que saíssem imediatamente da frente daquele portão. Desta forma, mais convincente, fui prontamente atendido! Não entendendo o que aqueles dois senhores estavam fazendo ali, como porteiros (em função específica, se fosse o caso, de um guarda municipal (que tem comprovado preparo, educação, discernimento e técnica para lidar e atender o público, principalmente no trato com idosos) pedi, para o tal, parecido com o Clodovil, que se identificasse:
- Sr. qual é o seu nome?...
Disse ele:
- “Eu sou o Martiniano, presidente da Fundart” respondeu com “ares” próprios de “otoridades”.
Na volta do toalete (do Perequim) encontrei, novamente, o tal portão fechado. Agora firmemente amarrado com uma corda branca e “guardado” pelos mesmos dois determinados porteiros. Perguntei ao tal Sr., que se dizia Martiniano, se ele realmente não iria permitir que eu e a senhora minha mãe, voltássemos a festa por aquele tal portão. Ele repetiu que aquela era uma saída de emergência e não uma entrada e, insistiu na sugestão, imaginem, de que se pretendêssemos voltar a festa (como se a festa fosse dele "Festa de São Martiniano das Bicas do Meio", quiçá Itajubá), que déssemos a volta pelo outro lado e utilizássemos o portão de entrada do estacionamento. Apesar do “nervoso” de mamãe, não me contive em requalificá-lo adequadamente, agora, levando em conta a fama que este "ser" constrói em nossa cidade. Fui para casa pensativo. Como uma pessoa tão despreparada, pode ser presidente de alguma coisa, além de seus próprios devaneios? Só mesmo os desavisados, permitem que alguém engane tantos, por tanto tempo. Já não é a hora?

Nota do Editor: Com a palavra o Sr. Martiniano...

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