Panorama das eleições 2012
Movimento no tabuleiro
Sidney Borges
Escolhi o título desta matéria recordando o match Fischer-Spassky de 1972. Talvez influenciado por Charles Bukowski eu corujava ondas curtas no Zenith militar de meu pai enquanto bebia vinho barato e fumava Minister. Hoje diriam coisa de junkie, há 40 anos era o que havia a ser feito. Um locutor da rádio portuguesa que não me recordo qual anunciava os lances com a frase "movimento no tabuleiro", escaneando as sílabas com ar de desdém. Não deve ser fácil a vida de locutor de xadrez, imagino Galvão Bueno narrando um xeque-mate. Em tempo, Fischer esmagou Spassky, não deu chance ao russo. Também não deu chance aos americanos de comemorar a vitória, trancou-se em copas e só reapareceu na Islândia para morrer.
Até ontem as eleições de Ubatuba estavam movimentadas como uma partida de xadrez transmitida por rádio. A mesma falta de emoção, os mesmos atores, o mesmo palco, o mesmo script, as mesmas estratégias baratas, as mesmas promessas falsas que jamais serão cumpridas. Não posso deixar de citar as comissões de "empresários" que se reunem para elaborar planos de governo. Perdem tempo, quem empunha a caneta em Ubatuba vira rei e como tal só obedece aos próprios interesses, esquecendo-se do que disse e prometeu. Mas isso não acontece só em Ubatuba, ontem o Canal Brasil mostrou um documentário sobre eleições. Fiquei pasmo vendo Lula prometendo aos brados e de dedo em riste frear os lucros dos bancos, segundo ele fora da realidade brasileira. Eleito fez o contrário, os bancos lucraram cada vez mais até tornarem-se os mais lucrativos do mundo.
Os boatos sobre as eleições, ao contrário dos fatos, navegam acelerados e passam de boca em boca com a velocidade da luz. Não há dia em que eu não receba ligações contando as últimas, quem está aliado a quem, quem é o candidato guardado na manga de Eduardo Cesar caso Sato não vingue. E outras informações quase secretas que não ouso publicar.
Há alguns dias houve uma tentativa de mudança no DEM. Caso se concretizasse teríamos o Dr. Ricardo candidato a prefeito. Até agora não há sinal de que o bi-comendador Rezende tenha perdido a presidência, restando, portanto, ao ilustre esculápio que conserta ossos escolher entre ser vice, caso seja convidado pelo manda chuva, ou tentar a reeleição para a Câmara.
Já nas hostes petistas, que davam como certo o casamento com o PMDB, parece que entrou areia na sunga. A aliança ainda pode ser concretizada, em política tudo é possível, até o impensável, mas hoje a coisa está diferente.
O PMDB tem um novo presidente, Sérgio Caribé, que me garantiu em entrevista feita por telefone, ontem às 21h44, que é pré-candidato a prefeito de Ubatuba.
E arrematou afirmando: "desta vez ninguém me passará para trás".
Essa é a novidade da hora, as possibiliddes que se abrem no horizonte de eventos são infinitas, cabe aos leitores tirar conclusões e analisar as possibilidades. Mas é bom lembrar que no horizonte de eventos há o risco de ser sugado pelo buraco negro e desaparecer para todo o sempre. Vai acontecer com a maioria, pois só há um cetro de rei a ser empunhado.
O novo monarca logo será saudado pelo cordão dos puxa-sacos como sua majestade, cordão ávido pelas centenas de portarias que serão distribuídas.
Até da Saúde!
Clodovil, que Deus o tenha, diria: pode uma coisa dessas?
E o navio foi...
Twitter
Sidney Borges
Escolhi o título desta matéria recordando o match Fischer-Spassky de 1972. Talvez influenciado por Charles Bukowski eu corujava ondas curtas no Zenith militar de meu pai enquanto bebia vinho barato e fumava Minister. Hoje diriam coisa de junkie, há 40 anos era o que havia a ser feito. Um locutor da rádio portuguesa que não me recordo qual anunciava os lances com a frase "movimento no tabuleiro", escaneando as sílabas com ar de desdém. Não deve ser fácil a vida de locutor de xadrez, imagino Galvão Bueno narrando um xeque-mate. Em tempo, Fischer esmagou Spassky, não deu chance ao russo. Também não deu chance aos americanos de comemorar a vitória, trancou-se em copas e só reapareceu na Islândia para morrer.
Até ontem as eleições de Ubatuba estavam movimentadas como uma partida de xadrez transmitida por rádio. A mesma falta de emoção, os mesmos atores, o mesmo palco, o mesmo script, as mesmas estratégias baratas, as mesmas promessas falsas que jamais serão cumpridas. Não posso deixar de citar as comissões de "empresários" que se reunem para elaborar planos de governo. Perdem tempo, quem empunha a caneta em Ubatuba vira rei e como tal só obedece aos próprios interesses, esquecendo-se do que disse e prometeu. Mas isso não acontece só em Ubatuba, ontem o Canal Brasil mostrou um documentário sobre eleições. Fiquei pasmo vendo Lula prometendo aos brados e de dedo em riste frear os lucros dos bancos, segundo ele fora da realidade brasileira. Eleito fez o contrário, os bancos lucraram cada vez mais até tornarem-se os mais lucrativos do mundo.
Os boatos sobre as eleições, ao contrário dos fatos, navegam acelerados e passam de boca em boca com a velocidade da luz. Não há dia em que eu não receba ligações contando as últimas, quem está aliado a quem, quem é o candidato guardado na manga de Eduardo Cesar caso Sato não vingue. E outras informações quase secretas que não ouso publicar.
Há alguns dias houve uma tentativa de mudança no DEM. Caso se concretizasse teríamos o Dr. Ricardo candidato a prefeito. Até agora não há sinal de que o bi-comendador Rezende tenha perdido a presidência, restando, portanto, ao ilustre esculápio que conserta ossos escolher entre ser vice, caso seja convidado pelo manda chuva, ou tentar a reeleição para a Câmara.
Já nas hostes petistas, que davam como certo o casamento com o PMDB, parece que entrou areia na sunga. A aliança ainda pode ser concretizada, em política tudo é possível, até o impensável, mas hoje a coisa está diferente.
O PMDB tem um novo presidente, Sérgio Caribé, que me garantiu em entrevista feita por telefone, ontem às 21h44, que é pré-candidato a prefeito de Ubatuba.
E arrematou afirmando: "desta vez ninguém me passará para trás".
Essa é a novidade da hora, as possibiliddes que se abrem no horizonte de eventos são infinitas, cabe aos leitores tirar conclusões e analisar as possibilidades. Mas é bom lembrar que no horizonte de eventos há o risco de ser sugado pelo buraco negro e desaparecer para todo o sempre. Vai acontecer com a maioria, pois só há um cetro de rei a ser empunhado.
O novo monarca logo será saudado pelo cordão dos puxa-sacos como sua majestade, cordão ávido pelas centenas de portarias que serão distribuídas.
Até da Saúde!
Clodovil, que Deus o tenha, diria: pode uma coisa dessas?
E o navio foi...
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