Deu em O Globo

Planalto busca esvaziar denúncia sobre ‘lobby’ de Dirceu

De Gustavo Paul e Mônica Tavares:
Quatro dias depois do lançamento da pré-candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República pelo PT, o Palácio do Planalto se movimentou ontem para esvaziar a denúncia de que o ex-ministro José Dirceu fez lobby para beneficiar interesses privados no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).


Sob monitoramento direto da Casa Civil, o governo evitou politizar o tema e acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para rebater juridicamente a suspeita de que a decisão de utilizar no programa a rede de fibra óptica administrada pela Eletronet foi influenciada por Dirceu. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem ao México, declarou:

— Se você entrar no site da AGU, você vai ver a resposta da AGU. Não procedem as informações.

Dilma também desqualificou a suposta influência do ex-ministro. Para reforçar o caráter técnico da defesa oficial, foram convocados ainda os dois principais nomes do PNBL — o assessor especial da Presidência e coordenador do plano, Cezar Alvarez, e o secretário de Logística do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.

De acordo com a edição de ontem do jornal "Folha de S.Paulo", Dirceu teria recebido, entre 2007 e 2009, R$ 620 mil do empresário Nelson dos Santos, dono da Star Overseas. A empresa, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, passou a deter cerca de 25% da Eletronet em 2005.

Santos teria pago em 2005 o valor simbólico de R$ 1 para adquirir essa participação da Contem Canada e, se a Eletronet fosse incorporada pela Telebrás para participar da PNBL, ele poderia ganhar, estimaram fontes do jornal, R$ 200 milhões com o negócio.

A denúncia lembra ainda que em novembro de 2007, oito meses depois da contratação de Dirceu, o governo anunciou que iria usar a Eletronet como instrumento de inclusão digital.

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