Cultura


Soldado da ONU tenta distribuir mantimentos na passarela. Organização se recusa a trocar biscoitos por barrinhas de cereal light

Ministério da Defesa desvia ajuda humanitária para a SPFW

The Piauí Herald (original aqui)
“Não podemos salvar o mundo. É preciso priorizar.” Foi com essa declaração seca que o general Charles Santoro, Chefe da Missão da ONU na São Paulo Fashion Week, explicou as razões pelas quais o Ministério da Defesa decidiu concentrar sua ação humanitária na semana da moda. “O Haiti já está recebendo ajuda dos Estados Unidos. A nossa maior responsabilidade são os problemas brasileiros e a situação aqui na Fashion Week é desesperadora.”

Santoro afirmou que, em trinta anos, nunca viu um quadro de desnutrição tão alarmante. “Integrei missões no Togo, na Somália e na Guiné-Bissau. Nunca vi nada parecido. Ontem conheci uma top-model que está há doze dias vivendo à base de água e cigarro. Isso as ONG's não vêem.”

De acordo com o general, o Ministério da Defesa destinou 30 milhões de dólares em alimentos (o dobro do que foi enviado ao Haiti) às vítimas da SPFW.

“Compramos carne, frango, batata, pão, biscoito, mas está tudo estragando. Elas se recusam a comer. Andam de um lado para o outro, que nem zumbis, dizendo: ‘Salada! Salada!’”. Santoro contou que as condições no solo têm feito desta missão a mais complexa de sua vida. “Veja bem. A ONU não doa salada! Isso é contra o nosso estatuto. Se for o caso, desloco todas as tropas do Haiti para enfiar pão goela abaixo dessas garotas.”

De acordo com números da organização Fashionistas Sem Fronteira, 37 modelos da SPFW foram internadas às pressas com sintomas agudos de subnutrição, dependência química e depressão profunda. Uma faleceu. Segundo relatos, sua última frase teria sido: “Tem glúten?”

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