Coluna do Celsinho

Confissão

Celso de Almeida Jr.
Acho que já prescreveu.
Foi em 1983.
O machado era do meu avô.
Meu cúmplice, o Paulo Ives Brito, certamente vai me perdoar pela denúncia, afinal, já se foram 26 anos...
Além do mais, naquele tempo, os verdolengos não eram tão assanhados.
Talvez, por isso, a bronca mais significativa foi a da dona Tryone, coordenadora na escola e mãe da Vandinha, amiga querida.
O problema é que aquela árvore estava bem no lugar onde queríamos construir o palco do Capitão Deolindo.
Já havíamos arrecadado o material para a construção, numa gincana memorável.
O professor Corsino e a Adelaide já tinham convencido a prefeitura a ceder a mão de obra.
Restava aquela palmeira.
Resistente, coitada.
Mas totalmente abandonada.
Suas folhas eram carregadas de teias de aranhas.
Ela ficava no pátio coberto, sem nenhuma planta por perto.
Feinha...
Não resistimos.
Foi num final de semana.
Como membros do Centro Cívico, tínhamos passe livre.
E, assim, num sábado quente, findamos com ela.
Não sei o que aconteceria hoje.
Não creio que seríamos processados.
Mas, certamente, a repercussão seria maior.
De qualquer forma, de lá pra cá, já plantei muitas árvores.
Uma forma prática de auto penitência, com bons resultados para o planeta.
Não foi preciso condenação, multas, nem maiores alardes.
Apenas a voz da consciência.
Na dúvida, porém, rogo clemência.
Peço perdão.

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