Editorial

Cuidando do rescaldo

Sidney Borges
A polêmica em torno de uma possível fraude nas urnas parece que só vai ter fim quando acontecer a perícia. A partir daí, serenados os ânimos, será hora de candidatos e partidos repensarem os caminhos trilhados. Fazer autocrítica não é fácil, somos avessos a isso, é humano, mas em certos casos é preciso refletir sobre as ações recentes para não errar de novo. Começo fazendo a minha própria, pois como é sabido trabalhei em prol do candidato que se posicionou em último lugar. Trabalhei pelo candidato sem tirar os olhos do partido. Nos últimos três anos estive ligado a outro candidato, derrotado na convenção. Tal derrota, inesperada para uns e certa para mim, se deu por diversos fatores, mas pesou muito a falta de habilidade política. Os meus avisos de iminente perigo foram freqüentes. E solenemente ignorados na mesma freqüência. Rei posto, rei morto. O PSDB é grande, é forte, tem um projeto de governo que me agrada, que eu endosso e saiu desta eleição fortalecido. Derrotado, mas fortalecido, pois lutou com dignidade. Está na hora de recomeçar, repensar o partido, buscar a adesão de quadros menos fisiológicos, mais modernos e mais politizados. O PSDB de Ubatuba renascerá desta derrota com força total e certamente vai lutar, daqui a quatro anos, por uma Ubatuba mais rica e mais justa, como é desejo de todos. Da "crise" ética do partido restou uma lição aos que não entendem que política requer união. Na campanha éramos apenas três, Hélio Camargo, este modesto escriba e Filadelfo, grande figura que trabalhou com afinco e dedicação. Merece o meu respeito pela lealdade e pelo bom caráter. Também estiveram presentes a candidata a vice, Ana Barone e os candidatos à vereança, Marcio Mascarenhas, Tenente Franco, Sérgio Amaral e Ditinho. Nos bastidores nos deram cobertura os competentes Michel Kapasi e Marcelo Mungioli. E não posso me esquecer do Allan e da turma do rádio. Na fase dos comícios aconteceram mais adesões. Os demais candidatos preferiram nos ignorar, agiram como se o partido não estivesse disputando a prefeitura. Nunca compareceram à sede da campanha, não colocaram adesivos nos carros, alguns tiveram a ousadia de colocar adesivos de adversários e chegaram ao desplante de cortar santinhos ao meio para evitar a conexão com Pedro Tuzino. Resultado: a coligação tinha tudo para fazer três vereadores. Fez um. Eu tenho em minha consciência a sensação do dever cumprido. Até o dia do debate meu engenho e minha arte, modestos mas sinceros, tiveram alguma serventia. Depois, sem recursos, nada pude fazer. Estratégia não é magia. Volto a afirmar aos que mordidos pela mosca azul se sentiram maiores do que de fato são: eleições e golpes de estado só dão certo se houver dinheiro. E digo mais, muito dinheiro. Parabéns aos vencedores, eu sinceramente acredito na lisura do pleito. Ganhou quem trabalhou melhor. Mas não será por isso que abandonarei a posição independente. Vamos em frente, Ubatuba precisa de gente trabalhando...

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