Clodovil


Clodovil na Tribuna - Foto: Emilio Campi/Litoral Virtual

Discurso de Clodovil em sessão da Câmara causa grande tumulto nas ruas do Centro

A participação do Deputado Federal Clodovil Hernandes, na tribuna da Câmara Municipal de Ubatuba, nesta terça feira, causou um grande tumulto no entrono do novo prédio do Legislativo ubatubense

Saulo Gil no Imprensa Livre
O discurso do deputado do PR fez com que o auditório da Câmara ficasse completamente lotado, inclusive sendo necessária a intervenção policial, para controlar o número de pessoas que puderam ter acesso ao local. Os munícipes que não conseguiram entrar continuaram em frente ao prédio da Câmara e lotaram boa parte do quarteirão da Rua Hans Staden, no Centro da cidade.

A polícia interditou a rua e os populares se dividiram em dois grupos, de um lado os simpatizantes do Prefeito Eduardo César, de outro, as equipes de campanha dos candidatos de oposição, que disputaram a prefeitura no último domingo. Dentro do auditório da câmara, a situação era a mesma de fora, e a rixa política chegou a ficar mais acirrada, necessitando a presença de policiais militares entre os dois grupos.

A disputa entre os próprios espectadores da sessão transformou o discurso do deputado Clodovil em uma grande bagunça. Enquanto o ex-apresentador de TV fazia uso da tribuna, em um tom baixo e de forma serena, os populares se dividiam entre aplausos e xingamentos, manifestações que atrapalhavam o entendimento das palavras de Clodovil.

Em resumo, Clodovil foi à tribuna da Câmara para fazer um pedido aos vereadores da Casa que não conseguiram a reeleição. O deputado quer que os políticos liderem as ações para a criação e funcionamento de uma Comissão Popular de Fiscalização de Obras Públicas.

“O que gostaria era de conseguir um compromisso dos nobres vereadores e, principalmente dos que irão sair, para participarem desta comissão popular, pois, seria muito importante a liderança de pessoas que já conheçam o processo político do repasse de verbas federais ao município.
Caso a proposta seja aceita, eu poderei ficar tranqüilo em repassar dinheiro para Ubatuba, pois saberei que a verba será controlada”, discursou Clodovil, lembrando, novamente, o recurso de mais de R$ 2 milhões indicados pelo deputado, mas não liberados à Santa Casa do município.

O deputado federal ainda colocou em questão a funcionalidade do Legislativo nos próximos quarto anos, relatando a composição da câmara sem representantes de oposição ao executivo (Dos 10 vereadores eleitos, nove são da situação). Durante todo o discurso, o ex-apresentador de TV, fez outras diversas declarações sem ligação direta com a criação da Comissão Popular de Fiscalização, dizendo até que “nunca foi pego com as calças na mão em 30 anos de Ubatuba, nem moralmente, nem economicamente”. Quando o deputado tentava finalizar o seu discurso, a platéia começou a interagir, com intervenções aos berros. Os adeptos da oposição ao prefeito puxaram o coro de “novas eleições”, enquanto os simpatizantes de Eduardo César rebatiam com rimas e ironia quanto à diferença de votos do candidato reeleito, em relação aos adversários, Paulo Ramos e Maurício Moromizatto.

“Se pegar os 9 mil votos do Clodovil empata a eleição, nem assim vocês ganham”, gritou um simpatizante de Eduardo César, quando o deputado agradecia publicamente a quantidade de votos recebida em Ubatuba nas eleições de 2006. Na saída, a polícia levou Clodovil até o veículo e a rua continuou dividida entre os grupos políticos. O candidato Maurício Moromizato acompanhou por todo o tempo o deputado federal, porém, Clodovil fez questão de ressaltar que sua participação na tribuna da Câmara nada teve em relação com o pedido de novas eleições, mas sim ao pedido de criação da Comissão Popular de Fiscalização de Obras Públicas. O principal indicado para liderar a futura comissão é o vereador tucano Charles Medeiros, que não conseguiu a reeleição nas urnas, mas é o nome preferido do deputado Clodovil.

Prefeito critica proposta de Clodovil e fala que deputado está “perdido

Acompanhe a declaração do prefeito sobre o discurso de Clodovil: “Entendo que o deputado está apenas buscando sensacionalismo. Ele, como parlamentar, deveria saber que com uma Câmara Municipal devidamente constituída, a necessidade de uma comissão como esta é suprida. Afinal, uma das funções do vereador não é justamente fiscalizar? O povo elege os vereadores, que têm a obrigação de cumprir este papel. Esta atitude mostra o despreparo de alguém que, por ser famoso, acha que pode se enveredar pelos caminhos da política e se sair bem, mas acaba perdido, sem saber o que fazer”.

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