Voar é viver...

Esquadrilha

Gosto da Esquadrilha da Fumaça, que acompanho desde os anos da década de 1960. As exibições daquele tempo eram mais ruidosas, os aviões NA-T6 impressionavam pelo ronco másculo, alta intensidade e baixa freqüência, típico dos motores radiais da Segunda-Guerra, inesquecível. Quando os aviões passavam em formação, antes do desfolhado, não havia quem ficasse indiferente, emoção pura! Em certo momento a FAB usou jatos Fouga Magister, franceses. Eu assistí a uma exibição dessa fase, no Campo de Marte, em São Paulo. Foi diferente, menos ruidosa. Com a chegada dos Tucanos a Esquadrilha encontrou a formação que exibe hoje e onde quer que se apresente sempre arrancará aplausos entusiasmados. Os rapazes justificam o salário. Trabalham direito, cumprem bem o seu papel. Por outro lado, quando vejo a "Fumaça" sinto um arrepio com cheiro de brilhantina percorrer meu extradorso, da bequilha ao spinner. Em 1986, atravessei voando uma apresentação da esquadrilha americana "Thunderbirds". Voando de planador, durante um campeonato regional em Brasília. Eu estava perdido em meio à fumaça das queimadas, que só permite visibilidade vertical. Com o rumo traçado na agulha e o coração cheio de coragem cruzei o plano piloto a quatro mil metros de altura, sem me dar conta de que era sete de setembro e haveria show aéreo. Chacoalhou um pouco. Não era a minha hora. (Sidney Borges)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu