Seqüestro


Carro usado na fuga foi encontrado queimado

Como foi o sequestro da equipe da TV Globo

De Laura Diniz na agência Estado:
"O repórter da TV Globo Guilherme Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado foram seqüestrados por volta das 8 horas deste sábado, em frente à padaria União Fialense, no número 1.709 da Avenida Luís Carlos Berrini, na capital paulista.
Os dois haviam acabado de trabalhar no plantão da madrugada e pararam para tomar café antes de ir embora. Pela proximidade com a emissora, o local é muito freqüentado pelas equipes de reportagem, formadas por repórter, cinegrafista e assistente. Outra equipe tinha deixado a padaria pouco antes.
O motorista Marco Antônio Felipe, funcionário de uma empresa que presta serviços para o Hotel Hilton, disse que estava na porta da padaria quando os criminosos saíram levando as vítimas pelo braço. Ele afirma ter visto dois homens: um mais alto, mulato, de cabelos enrolados, vestindo moletom cinza, e outro mais baixo, de pele morena, cabelo liso, blazer e calça pretos. "O mais alto levava a arma na mão, junto ao peito. O outro estava com a arma na calça. Estavam muito tranqüilos."
Segundo a polícia, quatro ou cinco homens devem estar envolvidos no crime. Eles fugiram num Vectra preto, encontrado queimado pouco depois na Avenida Portugal, na zona sul. "Era um carro roubado. Havia um boletim de ocorrência no 15º DP", disse o delegado titular do 96º DP (Brooklin), Dejair Rodrigues.
Uma motocicleta também foi usada no crime e, talvez, um Gol.
O carro da Globo, estacionado no local, estava aberto com o equipamento, mas nada foi roubado. O cinegrafista da equipe já havia ido embora para casa.
A União Fialense têm câmeras internas, reproduzidas por uma televisão que fica sobre um dos balcões. "Felizmente, não grava nada", disse o proprietário da padaria, Fábio Pereira, com medo. "Eu não vi nem ouvi nada. Só soube quando vi a movimentação, logo depois."
Pela manhã, a TV Globo colocou seguranças privados e policiais militares para acompanhar as equipes nas reportagens. O Estado apurou que muitos assistentes se recusaram a sair da emissora, com medo.
Perguntado se a polícia investiga a possibilidade de o crime ter sido praticado pelo Primeiro Comando da Capital, o delegado disse que "não se descarta nenhuma possibilidade" e "as investigações estão apenas começando".
O governador Cláudio Lembo (PFL) disse que "a cidade em si está tranqüila". "É uma situação complexa, o resto está tranqüilo. O que o governo vai fazer? Estamos acompanhando bem." O governador alegou que não comenta casos de seqüestro. "Não falo. É uma política tradicional de não falar. Não falo em questão de uma política fundamental. Mas as coisas vão no trabalho de rotina da polícia."
A família de Portanova, que vive em Porto Alegre, foi informada do seqüestro por volta do meio-dia e embarcaria à tarde para São Paulo, a fim de acompanhar as investigações.
Portanova trabalha para a Globo desde o começo do ano e já atuou em afiliadas da emissora no Sul do País. No primeiro dia da terceira onda de ataques do PCC, o repórter entrou no ar 22 vezes com boletins sobre os atentados, além de ter feito reportagens sobre a saída de presos no Dia dos Pais."

Foto de Márcio Fernandes/AE

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