Pensata

Sexta-feira, 15

Sidney Borges
Sexta-feira 15 é diferente de sexta-feira 13. Alguém com espírito mais objetivo poderia argumentar que sendo 15 diferente de 13 a afirmativa vai para o caldeirão das obviedades. Concordo, mas que é diferente é, ninguém têm medo de sextas-feiras 15, mas mesmo os mais céticos torcem o nariz quando a folhinha marca 13.

Folhinha? Que saudades das folhinhas. Tinha do açougue, da venda, da padaria. Foi olhando para uma folhinha que descobri que não havia dia 32.

A eleição caminha para o desfecho e como sou curioso gosto de ouvir o que as pessoas pensam. Ontem conversei pelo Skype com um amigo de São Paulo, petista até à medula. Falamos da vida em geral a acabamos tocando nas eleições. Ele vai votar na Dilma, que consider eleita, embora acredite que será uma eleição difícil. Meu amigo é incorporador, constrói prédios de alto padrão. No momento tem 15 obras em andamento, a maior parte no Real Parque, no Morumbi.

Nos conhecemos no aeroclube de Bauru praticando vôo-à-vela. O esporte aproxima pessoas, apesar da assimetria social.

Muito bem, qual é a lógica por trás de um membro da alta burguesia paulistana abraçar a causa petista? Simples. Lucro. Segundo Fernando, esse é o nome do meu amigo, o PT proporcionou-lhe os maiores ganhos dos últimos 20 anos. Ele é sensível e agradecido a quem lhe ajuda a pagar a cobertura e o Porsche. Com Dilma na presidência ele acredita que o processo de acumulação capitalista vai continuar e até será ampliado.

Perguntei do Lula. Ele pensou um pouco e disse que para o Demiurgo barbudo seria melhor que Serra vencesse, pois teria em quem bater durante 4 anos e seria o candidato do PT em 2014. Com Dilma vitoriosa a coisa muda, ela certamente vai gostar da pompa, da circunstância e dos passeios no aerolula. Com a caneta mágica nas mãos não vai ceder o lugar. Nem que a vaca tussa! Nem mesmo para o Lula. 

Mas o mundo é estranho e reserva surpresas. Quem imaginaria Sarney na presidência? Preciso correr para encontrar um pedaço de madeira e bater três vezes. Não posso sequer ouvir falar em Michel Temer no Alvorada.

Mas essa possibilidade não seria a pior para Lula. Em 2014 a volta seria quase certa. Ou não, Collor era popular até passar dos limites. O povo não perdoa. Lula precisa ter cuidado com as volutas do destino.

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu