Coluna da Sexta-feira

Bom começo

Celso de Almeida Jr.
A instituição onde trabalho, uma escola, facilita o contato com muita gente diferente, diariamente. Pais, alunos, professores e demais funcionários, constituem um público interessante, diversificado, crítico, que estimula o diálogo e a prática do debate.
Essa convivência exige uma permanente revisão de conceitos, de postura, contribuindo para o amadurecimento dos envolvidos no processo, com o necessário uso da tolerância. Não é muito simples ser atormentado por um adolescente, muitas vezes arrogante, e manter uma postura equilibrada, já que nem sempre estamos prontos para assimilar, de forma serena, provocações de toda ordem. Só quando resistimos ao revide, mantendo o equilíbrio emocional, é que percebemos um mundo novo, fascinante, apropriado à construção.
Por isso, é sobre a tolerância que decido escrever hoje.
Tolerância com quem?
Com o prefeito reeleito e sua equipe.
Calma, leitor apressado; tolere-me!
Concordo que nos quatro anos do primeiro mandato presenciamos diversos absurdos na gestão pública, em diferentes secretarias. Mas, sem pregar o conformismo ou a afetação dos áulicos, registro um ponto de vista otimista que colhi nos bastidores. Eduardo tem cobrado do secretariado um segundo mandato mais técnico. Está resistindo a diversas pressões políticas para preenchimento de cargos. Construiu um bom relacionamento com os governos estadual e federal.
Pronto! Não elogio mais. Pare de torcer o nariz!
Aceito, é claro, que você afirme que essas práticas são pré-requisitos para todo homem público. Mas, no Brasil, infelizmente, isso é teoria.
Não vá longe. Suba a serra, passe um dia em Taubaté. Procure o Salvador Soares, que preside o PT por lá. Procure a Vera Saba, vice-prefeita. Veja o clima pesado nesse início de administração do prefeito, também reeleito, Roberto Peixoto. Perceba o estrago que a intolerância política poderá causar na cidade. Só falei de aliados taubateanos. Nem cito a oposição. Isso é assunto para outro artigo.
Aqui, presenciamos um jovem prefeito mais maduro, aparentemente preocupado em modernizar a administração.
As poucas vozes da oposição, por sua vez, parecem mais articuladas, convergentes, fato raro em início de mandatos ubatubenses.
Essa minúscula oposição, se atuar com mais técnica, conquistará espaço e colherá bons frutos. E, dada a sua inicial ausência na Câmara, necessitará do apoio da imprensa, despertando o interesse de mais cidadãos para a vigilância dos atos governamentais, estimulando o surgimento de novas lideranças.
Por isso, a importância de buscarmos apoio e financiamento para os fomentadores da imprensa independente. Destaco o fundamental trabalho que homens como Emilio Campi, Luiz Moura e Sidney Borges vem prestando, valendo-se da imprensa eletrônica, garantindo a liberdade de expressão necessária para o exercício da democracia. Precisamos auxiliá-los em suas causas, que são nobres.
O prefeito, por sua vez, se realmente despertou, deixará a prefeitura mais aberta.
Para tanto, conta com a experiência do atual comandante da ouvidoria que, somada ao dedicado quadro funcional que já existe em sua pasta, poderá contribuir para aproximar o prefeito e sua equipe das vozes da cidade, garantindo informações técnicas e claras aos cidadãos que criticam ou que buscam respostas objetivas. Estas, por respeito constitucional, deverão ser apresentadas à comunidade de forma transparente, educada, profissional, sem paixões.
Eduardo e seus antigos colaboradores tem entusiasmo, determinação e experiência política. Se, neste segundo mandato, abrirem mais espaço para gestores públicos profissionais e não temerem a crítica, escreverão uma inédita página na história ubatubense.

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