Natália Revuelta


Natália Revuelta, mãe de Alina

Melhor quando era a puta do barbudo

Natália Revuelta, mãe de Alina Mas com o tempo Fidel rompeu seu relacionamento com Revuelta, que caiu em desgraça. Ela procurou refúgio no partido, trabalhando sem descanso em diversos dos ministérios do regime. "Os Castro a tratavam bem melhor quando ela era a puta do barbudo do que quando se tornou a ex-amante do comandante”, escreveu Alina em sua autobiografia, "Fidel, Meu Pai". Cresceu sem muito contato com o pai, e quando precisava de ajuda recorria ao irmão deste, Raúl, "sempre disponível para ajudar a família". E a pressão sobre ela não parava de crescer. Seus colegas de escola, seus amigos, pessoas que ela mal conhecia, lhe pediam que encaminhasse cartas a seu pai. Ela começou a ler esses textos, e descobriu neles como que um resumo de todos os sofrimentos que afligiam a ilha. "As pessoas me usavam como intermediária. Essa é o outro lado da moeda", diz Alina. Na faculdade, Alina voltou a se aproximar de Fidel, pela última vez. Quando ela se afastou do círculo do chefe, caiu sob a vigilância dos serviços de espionagem e se tornou objeto de conspirações. Aos 23 anos, ela rompeu o relacionamento com o pai. "Uma separação sem dramas. Alina teve de esperar 15 anos para conseguir deixar Cuba - 15 anos que passou tentando "me adaptar à minha inadaptação". Trabalhava como modelo para uma casa de moda de Havana. Mais tarde, se tornou dissidente, mas sem se tornar parte de uma organização política, porque não podia se aproximar de outros dissidentes - "uma vida de cão", ela diz. Com a queda do muro de Berlim, em 1989, as coisas pioraram ainda mais: havia falta de comida, as pessoas se matavam por uma bicicleta, a angústia era permanente. Ela conseguiu um falso passaporte e comprou passagens de avião para três turistas espanhóis que viriam a Cuba. No dia em que saiu da ilha, em 1993, ela se maquiou, passou pela alfândega falando com sotaque espanhol e conseguiu chegar a Madri. Lá, depois de uma campanha internacional de pressão diplomática, sua filha Mumin foi se juntar a ela algumas semanas mais tarde. Elas viveram em Barcelona e Nova York, onde Alina se manifestou contra a presença de Fidel na ONU (a foto correu mundo). Depois de oito anos de exílio, se radicou em Miami. Quanto a Fidel, ela se mostra reservada com relação a sua doença: "É algo natural para alguém com mais de 80 anos". (Trem Azul)

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