Perguntas irrespondíveis
Domingão histórico
Em 1962 o mundo quase foi à guerra. O Repórter Esso dava notícias alarmantes enquanto mostrava imagens de aviões voando em formação sobre a esquadra americana. Eram tempos de John Kennedy, que falava em paz e baixava o cacete a torto e a direito em quem se opusesse ao “american way of life”. Fidel sabia das más intenções de Kennedy, que fazia juz à fama dos Estados Unidos de usar o ”big stick”, o jovem presidente o aplicava nos inimigos e nas amigas, com afinco e dedicação. Cuba sofrera a invasão da Baía dos Porcos em 1961, outras estavam em curso, a CIA não brincava em serviço. Em 1962 um avião U2 fotografou mísseis soviéticos em território cubano. Kennedy mandou bloquear a Ilha. No mar, uma frota soviética rumava carregada de armas em direção à Ilha. Os americanos não iriam permitir a passagem. Postaram-se desafiadores à espera, armados até os dentes. Os russos avançavam no mar enquanto miravam mísseis intercontinentais para todos os lados. Aqui os udenistas falavam em bombas reservadas a São Paulo. Talvez bombas de creme ou de chocolate, nunca confiei em udenistas, raça ruim. Quando os navios estavam na iminência de se confrontar Kennedy e Kruschev selaram, via telefone vermelho, o acordo que salvou o mundo. Cuba perderia os mísseis e em compensação nunca mais seria invadida. Os americanos mantiveram a fama de fodões e os russos foram embora satisfeitos com os navios lotados de rum e coca-cola. Cuba libre forever. Foi mais ou menos por aí que começou o caso dos pugilistas deportados do Brasil em avião venezuelano. O que me intriga nessa história é que Fidel ligou para alguém do governo brasileiro exigindo o envio imediato dos “gusanos”, traidores em dialeto cubano. Até agora ninguém sabe quem recebeu o telefonema. Lula não foi. Tarso Genro também não, o chanceler Amorim não sabe de nada. Como o maior amigo brasileiro de Fidel é o “comissário-milionário” José Dirceu, há indícios de que tenha sido ele o interlocutor. Mas há uma flagrante estranheza no fato. Dirceu ainda é do governo? Ou Dirceu é o governo?
Sidney Borges
Em 1962 o mundo quase foi à guerra. O Repórter Esso dava notícias alarmantes enquanto mostrava imagens de aviões voando em formação sobre a esquadra americana. Eram tempos de John Kennedy, que falava em paz e baixava o cacete a torto e a direito em quem se opusesse ao “american way of life”. Fidel sabia das más intenções de Kennedy, que fazia juz à fama dos Estados Unidos de usar o ”big stick”, o jovem presidente o aplicava nos inimigos e nas amigas, com afinco e dedicação. Cuba sofrera a invasão da Baía dos Porcos em 1961, outras estavam em curso, a CIA não brincava em serviço. Em 1962 um avião U2 fotografou mísseis soviéticos em território cubano. Kennedy mandou bloquear a Ilha. No mar, uma frota soviética rumava carregada de armas em direção à Ilha. Os americanos não iriam permitir a passagem. Postaram-se desafiadores à espera, armados até os dentes. Os russos avançavam no mar enquanto miravam mísseis intercontinentais para todos os lados. Aqui os udenistas falavam em bombas reservadas a São Paulo. Talvez bombas de creme ou de chocolate, nunca confiei em udenistas, raça ruim. Quando os navios estavam na iminência de se confrontar Kennedy e Kruschev selaram, via telefone vermelho, o acordo que salvou o mundo. Cuba perderia os mísseis e em compensação nunca mais seria invadida. Os americanos mantiveram a fama de fodões e os russos foram embora satisfeitos com os navios lotados de rum e coca-cola. Cuba libre forever. Foi mais ou menos por aí que começou o caso dos pugilistas deportados do Brasil em avião venezuelano. O que me intriga nessa história é que Fidel ligou para alguém do governo brasileiro exigindo o envio imediato dos “gusanos”, traidores em dialeto cubano. Até agora ninguém sabe quem recebeu o telefonema. Lula não foi. Tarso Genro também não, o chanceler Amorim não sabe de nada. Como o maior amigo brasileiro de Fidel é o “comissário-milionário” José Dirceu, há indícios de que tenha sido ele o interlocutor. Mas há uma flagrante estranheza no fato. Dirceu ainda é do governo? Ou Dirceu é o governo?
Sidney Borges
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