Editorial

Dia de corrida

Finalmente um dia ensolarado. A umidade já estava entranhando em minha alma, o que acabou se traduzindo em baixa resistência e gripe. E que gripe. Já não temos mais gripes como as de antigamente, com tosse, nariz escorrendo e febre. As atuais são seletivas, atacam de forma diferente, colocam todas as forças em um único ponto. E derrubam. Há dois ou três meses havia uma que provocava dores no corpo, fotofobia e tosse seca. A do momento ataca a garganta, o que redunda em uma dolorosa e incômoda inflamação que impede o sono e nos torna mal-humorados e sem vontade de fazer nada. É de uma destas que estou saindo. Fica, portanto, registrado aqui o meu pedido de desculpas públicas pelo não comparecimento aos eventos que fui gentilmente convidado. Foi além de minhas forças. Ainda bem que temos antibióticos. Sem poder sair me dediquei aos acontecimentos do fim de semana, dentre eles a corrida de Fórmula 1. Há muito tempo eu não via uma transmissão com o som alto, hoje tentei. Não consegui, acabei ficando nervoso. O senhor Galvão Bueno ultrapassa os limites da minha paciência, narra o que não acontece e esquece de narrar o que está acontecendo. Perde ultrapassagens, não vê rodadas e fica nervoso quando é contrariado. São os males do monopólio. Se existisse outro canal transmitindo os telespectadores poderiam escolher e certamente muitos deixariam o senhor Galvão falando sozinho. Acabei fazendo o de costume, no segundo erro grotesco abaixei o som e assisti à vitória de Felipe Massa e o bi-campeonato do espanhol Alonso. Acabou a era Schumacher. Tudo acaba um dia, é exatamente por isso que nunca devemos perder as esperanças e nem ter esperanças demais. A vida é fugaz.

Sidney Borges

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