Projeto Biota-Fapesp

Ubatuba é alvo de pesquisas

A famosa Ubatuba é internacionalmente conhecida pela beleza de suas praias e cachoeiras, por sua importância histórica, por seus campeonatos de surfe e nas últimas décadas por oferecer um vasto campo de estudo para pesquisadores.
Por ser uma cidade litorânea e devido a sua proximidade com a Serra do Mar, nossa cidade tornou-se o laboratório permanente de muitos cientistas, que interessados na biodiversidade de nossa fauna e flora, submetem vários projetos a agências de fomento para que estas possam subsidiar seus respectivos trabalhos.
O Projeto Biota-Fapesp, é o projeto mais integrador, pois reúne diversos pesquisadores e muitas universidades, com o propósito de fornecer dados científicos sobre a caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade do Estado de São Paulo.
Como projeto integrante do Biota-Fapesp está o “Levantamento fisionômico das comunidades bentônicas de substrato consolidado do litoral”, coordenado pelo professor Dr. Flávio Berchez do Instituto de Biociências da USP. Em seu projeto, é proposta uma nova metodologia de estudo da ecologia de costões rochosos (conhecida aqui por costeira). Através da análise de imagens, já foram desvendados quatro quilômetros da costa brasileira. E grande parte do litoral do Parque Estadual da Ilha Anchieta já foi estudada pela equipe. Além de fazer ciência, o grupo mantém na ilha o Projeto Trilha Subaquática, que oferece atividades de educação ambiental no próprio ambiente marinho.
Outro caiçara por pesquisa é o professor Dr. Adilson Fransozo, coordenador do Núcleo de Estudos em Biologia, Ecologia e Cultivo de Crustáceos do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu, que publicou no ano passado um artigo científico sobre a composição e abundância dos caranguejos nas regiões de Ubatuba e Caraguatatuba. Segundo o estudo, na região de Ubatuba foram encontrado um total de 33 espécies e o estudo pode servir de base para futuros monitoramentos ambientais na região e para mecanismos de conservação e manutenção da biodiversidade do litoral norte paulista.
Além desses projetos, muitos outros estão em andamento, e instituições de nossa cidade, como o Instituto de Pesca, Projeto Tamar, Aquário de Ubatuba, entre outras, também realizam atividades de pesquisa. No entanto, quando se faz uma busca pela Scielo (uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção de artigos científicos brasileiros) de trabalhos relacionados com Ubatuba, encontramos um total de 42 publicações, um número razoavelmente grande para a quantidade circulante de revistas científicas nacionais, porém minúsculo perante o potencial natural que nossa terra oferece.


Camilo de Lellis Santos
Biólogo

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