O PALMO A FRENTE DO NARIZ

Preocupar-se com a política eleitoral nas mobilizações que temos realizado no sentido de reivindicar benefícios para a população tem trazido prejuízos para a comunidade que luta de forma seria e centrada nas discussões e posicionamentos sobre as políticas públicas que não são implementadas em nosso município. É comum ouvir o velho discurso dos caudilhos do atraso, alegando como forma de desqualificar a luta das comunidades, dizendo que é política, como se fazer política fosse o grande mal da humanidade e que a cidadania não pode ser exercida e a democracia não pode ser fortalecida, como forma de não mexer com que está quieto na política de Ubatuba.
Não podemos concordar com a velha pratica política que impera em nossa cidade até os dias de hoje, em que esta em jogo somente a disputa do poder pelo poder para a alternância do continuísmo, trocando seis por meia dúzia. Como consolidação democrática e construção da cidadania faz-se necessário também elevar a consciência da população, para o empoderamento, voz e conhecimento para as transformações locais com soluções coletivas aos problemas que envolvem a vida das pessoas.
Tenho certeza que não estamos sós nesta luta, apesar de muitos ainda não ter entendido a importância das mobilizações, para a construção das relações de forças para o progresso das negociações com respeito a ambas as partes, mas com objetivos bem definidos diante das adversidades de interesses, muito comum ao sistema capitalista.
Sofro o desgaste pessoal pela falta de tradição de luta em nosso município, mas como sindicalista da CUT e membro e direção do Partido dos Trabalhadores que nasceu da base popular, acredito neste processo de organização da sociedade e alguém tem que exercer esta função.
Nós militantes, idealistas, ativistas e políticos não escolhemos e não temos em nossas mãos a causa, independente do que fazemos a causa é que nos tem. Nunca vamos deixar de lutar, defender os interesses da comunidade, dos trabalhadores, do meio ambiente, todavia temos consciência de que não vamos resolver o problema da habitação no município, da criança e do adolescente, dos idosos, da desigualdade racial, pela igualdade de oportunidade das mulheres, da relação capital trabalho, mas é preciso diminuir este passivo social que herdamos, fruto da elitização preconceituosa de séculos de governos incompetentes e descompromissados com a defesa dos interesses da maioria.
Ninguém vai impedir a luta por dias melhores, por uma sociedade mais justa e fraterna, sonho de um povo nunca vai se apagar e por isso vamos continuar lutando, dentro da ótica de que é necessário achar a forma correta de fazer e não conviver com o custo da omissão do “não pode ser feito”.
Peço o apoio dos leitores e da população de Ubatuba para que possamos vencer os mais árduos desafios de combater até mesmos aqueles maléficos gestos que no comando da nossa cidade medem a política com o palmo a frente do nariz.


Gerson Florindo
Coordenador da ONG Cidade & Cidadão, Vice Presidente do PT de Ubatuba, Sindicalista dos Bancários de Taubaté e Região e membro do Sub-Nucleo Regional do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte.

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