Continua o burburinho...

A Varig e o corre-corre

ELIANE CANTANHÊDE - Folha de São Paulo
Eis as principais preocupações na crise da Varig:
1 - O Plano de Emergência, para resgate de passageiros que já estejam nos aeroportos sem ter como voar, enquanto a companhia tenta sobrevida. A FAB foi contra ceder três Boeings para trazer brasileiros do exterior. Está sendo negociado um "wet-leasing" -vôos charter, com a BR Distribuidora dando combustível e a Infraero abrindo mão das tarifas aeroportuárias.
2 - O Plano de Contingência, para o caso de falência. É para brasileiros que estejam fora e para estrangeiros que estejam no Brasil e não tenham como voltar para casa, especialmente depois da Copa. Há negociações com as outras companhias nacionais e com as estrangeiras da "Star Alliance", integrada pela Varig, para ceder assentos.
3 - O futuro do setor. Há temor de concentração em TAM e Gol, porque a distribuição de rotas e slots (espaços em solo) deve acompanhar a atual proporcionalidade. A Gol já se habilita a herdar o leasing de sete dos 20 Boeings da Varig. A BRA e a Ocean Air reclamam, e há risco de aumento de tarifas.
4 - Os 11 mil funcionários. A perspectiva é o mercado absorver pelo menos 6.000. A imagem dos pilotos, comissários e mecânicos da Varig é excelente, e os atuais diretores de TAM, Gol, BRA e Ocean Air têm origem na companhia e sabem quem é quem. Mas os salários vão cair. A Varig paga (ou pagava) cerca de 40% a mais que as demais. No mercado interno, a previsão em caso de falência é de grande tumulto e de vácuos no primeiro momento, mas acomodação razoavelmente rápida. A questão é o mercado externo, regulado por leis de reciprocidade e por interesses estratégicos. As outras empresas nacionais vão crescer, mas têm limitações. É aí que mora o perigo - de balbúrdia no início e de grandes desajustes a médio e longo prazos.

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