Editorial

Fim de ano

O casamento de Juliana, filha do coronel Antônio Bento foi sem sanfoneiro, tocou o mestre Bené Nunes, do Rio de Janeiro. Nesse dia bodocó faltou pouco pra virar. Hoje é um dia bodocó, estamos quase virando. Tim Maia faz falta, daria um ótimo presidente. Durante anos ouvi dizer que o mundo acabaria em fogo no ano 2000. Já estamos em 2005, quase em 2006 e o mundo continua girando em torno de seu eixo, firme forte e altaneiro, como um escoteiro no arrebol, imerso na luz do sol. Dois mil e cinco será lembrado como o fim do ciclo iniciado em sessenta e oito. O sonho cortado pelo AI-5 permaneceu vivo até explodir como uma bolha de sabão espetada pelos alfinetes malignos de Waldomiro Diniz primeiro e “Delúbio e seus red caps” depois. Pela primeira vez na história das comunicações do país, tivemos uma crise em que houve democracia na divulgação de idéias. A Internet fez a diferença. Se foi possível ler na web o filósofo Olavo de Carvalho, representante do pensamento de direita, também estiveram lá os esquerdistas Emir Sader, Tarso Genro, Marilena Chauí e outros. Engana-se quem vocifera contra complôs. Estes eram freqüentes no tempo de Chateaubriand, quando uma ligação telefônica entre o norte e o sul do país demorava horas para ser completada. Hoje a população dispõe de um amplo panorama de idéias. Instantaneamente. É raro o dia em que abro os jornais e encontro alguma coisa nova. Aconteceu aqui ou em qualquer parte do globo, em poucos instantes está na rede. A grande maioria dos brasileiros é iletrada e não tem computador, a televisão é o seu único meio de informação, mas a televisão aos poucos se rende à força da Internet, que com o binômio interatividade e velocidade, chegou para dominar. De forma irreversível. Em 2006 estaremos a postos informando. Bom ano para todos.

Sidney Borges

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu