Notinhas matinais

Um delta na vida

Sidney Borges
Em 1982 Brizola vencia a eleição para governador do Rio de Janeiro. As rádios cariocas davam a apuração e o "Caudilho" aparecia com folga na frente dos adversários. Eu disse as rádios? Errei. A rádio Globo tinha outra versão, na apuração global Brizola estava perdendo. No "Show das Eleições", em São Paulo, o clima era de perplexidade. Todo mundo sabia que Brizola estava na frente, mas a TV Globo insistia em dizer que Moreira Franco era o cara.

Não foi possivel mudar a realidade, quando a apuração se aproximou do fim e no Rio de Janeiro o povo começou a incendiar viaturas da Globo a "poderosa", como dizia Clodovil, rendeu-se aos fatos e, relutantemente, deu a vitória de Brizola.

A discrepância entre os fatos e a versão global foi creditada a um certo fator delta que teria interferido no processo de apuração montado pela emissora, baseado no uso de computadores.

Se o diferencial delta foi um artifício para maquiar a infantil tentativa de fraude, a Construtora Delta, que é ligada ao contraventor Carlinhos Cachoeira e presta serviços ao PAC da presidente Dilma, existe e está sendo investigada por possíveis irregularidades.

Talvez por ser tão próximo à tal construtora o que o coloca, por tabela, próximo ao contraventor, o governo está sentado em duas cadeiras.

Para agradar à militância fanática propaga aos quatro ventos ser a favor da instalação da CPI do Cachoeira.

Na calada da noite, em conversas de pé de ouvido, luta com todas as forças para abafar a instalação da CPI do Cachoeira. 

Por que será? Do que o governo tem medo?

A situação me faz lembrar da máxima atribuida pelo povo aos membros do clero na época da inquisição: "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".

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