Coluna do Celsinho

Símbolos

Celso de Almeida Jr.
Ontem, Dia do Índio, lembrei-me da experiência profissional que tive em 2010, no norte do país.

Conheci, de perto, o resultado da monumental tarefa cumprida, há quase um século, por Cândido Rondon e seus comandados: rasgar a floresta do oeste do Mato Grosso ao sul do Amazonas, levando o telégrafo à Santo Antônio do Madeira, atual Porto Velho, capital de Rondônia.

Para desbravar esta área, Rondon precisava contatar os povos indígenas e, influenciado pelo Positivismo, aproveitava a oportunidade para levar conceitos de nação, apresentando aos índios a bandeira, o hino e outros símbolos culturais do país.

As ações pacificadoras de Rondon, que muitos estudiosos questionam, merecem elogios quando comparadas com as práticas que outros países tiveram com seus povos nativos.

Marechal Rondon tornou menos traumática a integração que, cedo ou tarde, iria acontecer.

Entretanto, os muitos equívocos que o Brasil cometeria com os povos indígenas, ofuscaram a intensidade de seus esforços.

Os postos telegráficos que criou transformaram-se em cidades e o imenso corte na floresta é hoje a BR 364, rodovia que une Rondônia, de norte a sul.

Essa colonização do oeste promoveu duros conflitos, acuando os primitivos habitantes daquelas terras.

Ainda há ecos destes desencontros.

Os Cintas-Largas, por exemplo, vivem na Reserva Roosevelt, ao sul de Rondônia, onde levantamento feito com base na análise de imagens de satélite, cedidas pelo Japão e pela Nasa e, também, de ondas magnéticas captadas por avião, colocam esta reserva, no mínimo, entre as cinco maiores minas de diamantes do mundo.

Este é apenas um caso.

A ausência de uma firme postura governamental, neste cenário de cobiça internacional, permite corrupção e violência, sinalizando que ainda veremos muito sofrimento, comprometendo ainda mais o futuro dos indígenas do Brasil.

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