Coluna do Celsinho

Fundamentos

Celso de Almeida Jr.
Esta época sempre me marcou.

É a ocasião em que se consolida o número de alunos que atenderemos no ano letivo.

Por décadas, este momento sinaliza se sofreremos ou não.

O cálculo é simples: matrículas efetivas, custos operacionais, reserva técnica, percentual estimado de inadimplência e...pronto!

Não há complexidade no planejamento financeiro de uma escola.

Difícil é tocar um restaurante, um mercado, uma casa comercial, uma prestadora de serviços, cujo fluxo de clientes, em cidades como a nossa, é muito difícil de prever.

Felizmente, tudo indica, 2012 garantirá relativo sossego na gestão do colégio.

Que assim seja... amém!

Alcançamos a meta e a escola tem a confiança das famílias, contando atualmente com pais e professores que já foram nossos alunos.

Gratificante história, construída em 34 anos, diga-se de passagem.

Mas, nem sempre foi assim.

Terrível era alcançar o pós-carnaval sabendo que a receita anual seria insuficiente, prevendo a inevitável inadimplência que tanto atordoa este setor.

Aí, prezado leitor, querida leitora, a angústia batia à porta e pedia malabarismos dignos de um profissional circense.

Grandes atrasos de salários, impostos represados, ações trabalhistas, boatos diversos e críticas de toda ordem exigiam postura de monge tibetano.

Felizmente, sempre tive muita paciência para lidar com situações difíceis, aprendendo com amigos queridos que a persistência, a reflexão, a resignação e a criatividade, combinadas, indicam caminhos extraordinários.

Familiares, amigos, funcionários, pais de alunos...

Tanto apoio nas horas críticas tornou a jornada mais suave, iluminando o pensamento, contribuindo na correção do rumo.

Não considero necessário relacionar os nomes que guardo no coração.

Para ilustrar, porém, contarei uma singela passagem.

Na desistência de um competente professor, não me restou opção a não ser entrar em sala.

Matemática sempre foi meu forte, com a base reforçada nos quatro únicos semestres na
Escola Federal de Engenharia de Itajubá.

Mas, convenhamos, substituir um excelente professor não é tarefa para um meio engenheiro...

Amenizei a situação com uma alternativa inusitada.

Na parte final da aula, para dar um tempero, vez ou outra eu contava com o Sidney Borges, que lecionava Física em nosso colégio.

O rito era o seguinte: ele aparecia na porta da sala; eu o convidava para entrar e dar alguns exemplos do assunto que eu tratava.

A passagem do giz tinha certo simbolismo, revelando aos alunos o meu reconhecimento pela elevada competência do mestre e amigo.

Para quem não sabe, Sidney Borges, editor do Ubatuba Víbora, é um excelente professor de Física e Matemática, tendo lecionado em conceituadas escolas e cursinhos na capital paulista.

As participações do Borges nas minhas aulas, sem custos para o colégio, valendo-se de alguns de seus intervalos da Física, garantiram o diferencial que eu precisava, prendendo a atenção e não comprometendo o aprendizado da garotada.

Hoje, o Sidney Borges produz com o professor Nicolau Gilberto Ferraro conteúdo para o blog Os Fundamentos da Física, disponibilizando gratuitamente aulas e exercícios de excelente nível.

Mais uma vez, pedi.

Ele, claro, topou.

Em nosso novo espaço informatizado, utilizaremos este recurso para incrementar as aulas dos jovens alunos, contando, quando possível, com a participação do mestre, ao vivo.

Talento e generosidade.

A vida e seus fundamentos.

O amigo, novamente, estendendo as mãos.

Visite: www.osfundamentosdafisica.blogspot.com

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