Brasil - Origem da desigualdade

Pelourinho - Debret

Escravidão - 400 anos de infâmia!

Sidney Borges
No dia 4 de janeiro de 1875 o jornal "A Província de São Paulo" ia às bancas pela primeira vez sob a batuta de Américo de Campos e F. Rangel Pestana, bravos jornalistas que hoje dão nome a logradouros públicos da Paulicéia, Américo virou rua e Rangel, avenida. O administrador geral também ficou famoso e hoje também empresta o nome a uma rua: José Maria Lisboa. No primeiro número do jornal um anúncio mostrava a triste realidade do modo de produção brasileiro, baseado na mão de obra escrava, que tanto sofrimento causou e que ainda causa na forma de uma das mais cruéis desigualdades sociais do mundo dito civilizado, já que no não civilizado não há esse mal. Vamos ao anúncio com a grafia da época:

Escravos fugidos

Fugirão da fazenda da Fortalesa, e pertencentes a Joaquim Antonio Garcia, de Parahybuna, os seguintes escravos: - Jeronymo, preto, creoulo, estatura mais que regular, reforçado de corpo, rosto comprido, desdentado na frente, bem barbado, tem n'um dos pés a cicatriz d'um grande golpe de machado, falla grossa e pausada; lavra e serra madeira, e é dado a embriaguez. - João, mulato cabra, alto, delgado, olhos grandes, barbado no queixo, falla fina e pausada, pés compridos e voltados para fóra, muito deligente e activo.
O primeiro d'estes escravos fugio em Agosto, e o segundo em Outubro do corrente anno. Quem apprehendel-os e puzer seguros em qualquer cadêa da província, será satisfatoriamente remunerado, e indemnisado das despesas que fizer.

Parahybuna, 26 de Dezembro de 1874.

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