Sociedade


Resistência caiçara hoje (I)
Artigo publicado em dezembro de 2011, na Revista do Brasil. 

José Ronaldo dos Santos
O antropólogo Mauro W. B. Almeida, diretor do Centro de Estudos Rurais da Unicamp, ajudou Chico Mendes a formar o Conselho Nacional de Seringueiros e as reservas extrativistas na região amazônica. Recentemente fez parte de um grupo de pesquisadores convidados a conhecer a vida dos caiçaras que habitam a área da Jureia, entre Iguape e Peruíbe, litoral sul de São Paulo. “Gente cheia de vida, de entusiasmo, com amor pelo que faz”, descreveu, lamentando a ameaça de expulsão dessas comunidades, em ação do Ministério Público Estadual. “Tem caráter de tragédia, porque significa o destino de uma população inteira. É uma situação desesperadora. Aquilo que deveria ser declarado um patrimônio da nação está sendo escorraçado”, afirma.
    
Como podemos ver, não é só em Ubatuba que o espaço natural, preservado por tantas gerações de caiçaras, é tão cobiçado. É a lógica cruel: mata-se a cultura para dominar o povo e auferir mais lucros. E, infelizmente, além dos poderosos capitalistas, tem aqueles nativos que fizeram da posse da terra uma moeda de troca, algo que acena para a ascensão (?) social. Isso sem contar as ocupações irregulares (mansões nos morros, sobre costeiras e cachoeiras, barracos beirando os rios e plantados em mangues etc.). Resta-nos o convencimento da importância desta cultura tradicional para ter uma vida mais autêntica, que nos orgulhe de uma herança para as futuras gerações. Esta deveria ser a nossa luta para uma cidade melhor e a evolução dos ocupantes deste espaço. Para começar: que tal conhecer a comunidade caiçara da praia do Puruba? Pode ser que você dê sorte e encontre o tio Dico “consertando peixe” na beira do rio.

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