Cul(r)tura


Maria Schneider (1952 - 2011)

Sidney Borges
Em 1972 o Brasil vivia sob o jugo de uma ditadura, que como todas as ditaduras, era burra. Burra no pior sentido, não vamos confundir as coisas, na área econômica atuavam os tecnocratas que continuam por aí até hoje. Não é sobre economia que estou falando, nesse quesito a coisa andava. O buraco era mais profundo. A massa alienada só pensava na compra do Corcel 73, cultura não fazia parte do cardápio.

Para a parcela dos que pensavam, ou pensavam que pensavam, a revolta contra o sistema era profunda. Pensar era proibido.

Restava fazer oposição à ditadura.

Durante algum tempo os insatisfeitos formaram um bloco aparentemente sólido, na realidade uma mistura impossível como água e óleo. Havia quem quisesse ar puro e liberdade. Tinha o grupo adepto da "ditadura do proletariado", que nunca rimou com liberdade.

Esses, embora no ocaso da existência, ainda gritam palavras de ordem e enriquecem. 

Quando a ditadura burra saiu de cena cada um foi para o seu galho, macacos que somos. Em pleno 1972, ano do sesquicentenário da Independência, no clima de pra frente Brasil e ame-o ou deixe-o, os trogloditas censuraram "O último tango em Paris".

Quem era chique viajava e depois comentava em mesas de bares - intelectual não vai á praia, intelectual bebe - a cena da manteiga. Marlon Brando partiu faz tempo. Ontem foi a vez de Maria Schneider. Estão no beleléu, onde todos estaremos no devido tempo.

O filme é chatíssimo, um porre... That's life...

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