Energia

Construção de novos reatores cresce em 2010

Aben
Levantamento feito pelo site World Nuclear News mostra que 2010 confirma a tendência de crescimento mundial da energia nuclear verificada nos últimos anos. No ano passado, 13 reatores tiveram sua construção iniciada, em comparação com 11 unidades em 2009. Já em 2008, 10 reatores começaram a ser construídos. O mesmo número foi registrado em 2007.

Levando-se em conta um tempo de construção de cinco anos para uma usina nuclear, a expectativa é de que, em 2012, o número de reatores que entrará em operação anualmente será dobrado em relação à quantidade atual, que gira em torno de cinco por ano. Em 2015, a taxa de reatores iniciando suas atividades deve superar um por mês. Segundo dados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a última vez que 10 reatores ou mais começaram a operar no mesmo ano foi em 1990.

Os reatores que iniciaram obras em 2010 representam 15.218 megawatts (MW) de potência, de acordo com a Associação Nuclear Mundial (WNA). Oito dessas unidades estão sendo construídas na China. A última, Fuqing 3, contou com uma cerimônia oficial no dia 31 de dezembro para marcar o início das obras. A unidade, de 1.080 MW, está prevista para entrar em operação em meados de 2015.

Além das usinas chinesas, duas unidades começaram a ser erguidas na Rússia, duas na Índia e uma no Brasil (Angra 3). Adicionalmente, uma usina de 1.383 MW no Japão que estava com as obras paralisadas teve sua construção retomada depois de um trabalho de reengenharia para aprimorar a proteção contra terremotos.

Em 2010, quatro reatores – com capacidade instalada de 2.839 MW, no total – entraram em operação comercial na Rússia, Índia e China. Além disso, uma usina na Coreia do Sul iniciou suas atividades e, em breve, começará a operar comercialmente, acrescentando 1.000 MW à geração elétrica do país. Na França, o reator rápido Phénix foi retirado oficialmente de operação em fevereiro do ano passado, apesar de já ter cessado suas atividades desde 2009.

Dados da WNA mostram que existem hoje 442 usinas nucleares em operação no mundo, que respondem por 377.222 MW de potência. Há também 62 reatores em construção, que, uma vez prontos, adicionarão 63.496 MW à matriz elétrica mundial. Existem ainda 157 reatores planejados em 27 países, que, caso sejam construídos, representarão 175.853 MW de capacidade instalada.

Nota do Editor - O desenvolvimento acelerado da economia mundial exige mais energia a cada dia. Neste início de século grandes esforços estão sendo feitos para o desenvolvimento de veículos movidos a eletricidade. Existe a falácia do combustível limpo, há quem acredite. Para produzir a eletricidade que irá alimentar as baterias dos carros do futuro muito petróleo terá de ser queimado e muitas usinas hidrelétricas construídas, com o impacto ambiental decorrente: áreas inundadas, clima alterado, flora e fauna irremediavelmente comprometidos. A energia nuclear é uma alternativa eficaz, mas tem um calcanhar de Aquiles exposto. O que fazer com os resíduos? Por enquanto estão sendo armazenados. Com o passar do tempo aumentará o volume e a possibilidade de acidentes. Não imagine o leitor que eu seja contra a energia nuclear, pelo contrário, sou favorável, acredito que o desenvolvimento da ciência resolva o problema, mas é uma corrida contra o tempo. Desarmar a letalidade dos resíduos antes do acidente. Convém lembrar que se existe a possibilidade de um evento ocorrer, ele ocorrerá. Mera questão de tempo.
Quando eu era criança o louco do quarteirão dizia em seus monólogos ao vento: carros, carros, um dia serão tantos que não caberão nas ruas. O povo ria, eu pensava na loucura. Por quê? Louco ele ou nós, quem tinha razão? O que será que ele diria sobre as usinas nucleares? Sidney Borges

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