Era o Papa! Em carne e osso

Primo vedere Roma. Dopo il Papa...

Torre de Babel. É o que o aeroporto de Fiumicino parece. Pelo menos para mim que imagino a torre bíblica como uma imensa confusão em technicolor, sendo as cores da lavra dos africanos. Há muita gente em trânsito no Fiumicino. Gente de todas as partes do mundo. Para quem sai do Oriente Médio ou da África, Roma é a porta de entrada da Europa, é lá que são feitas as conexões para o continente. Bem, pelo menos era assim naquela manhã de agosto de 1985 em que Susan e eu lá estávamos. Íamos embarcar para Lisboa com escala em Milão. A fila no balcão da Alitália era imensa. O check-in lento, muito lento, quando chegou a nossa vez estava quase na hora do embarque. Pegamos as tarjetas e disparamos pelo imenso corredor, nosso portão de embarque tinha um número alto, era longe e o tempo corria. Stress. É isso que a ciência chama de stress. No meio do caminho, de repente, um carabineiro esticou a mão no gesto clássico de pare. Paramos, a boiada inteira. Um cordão de isolamento de veludo vermelho foi colocado de forma a impedir que continuássemos. Susan e eu éramos os primeiros da fila, com o cordão encostado em nossos corpos. Enguanto eu me perguntava o significado daquilo, uma porta se abriu, um tapete vermelho foi desenrolado e o Papa passou na nossa frente. A um metro e meio de distância. Com ele ia um cortejo de autoridades eclesiásticas rumo à África. Em menos de cinco minutos tudo voltou ao normal. Apesar da interrupção conseguimos embarcar com sucesso, o que é quase uma redundância afirmar, pois se eu não tivesse embarcado não estaria aqui, provavelmente estaria na Itália onde teria um blog chamado Roma Vípera. (Sidney Borges)

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