Opinião

No exterior, nosso petróleo é visto com mais otimismo

O Estado de S.Paulo
O Brasil, segundo o relatório Word Energy Outlook (WEO), da Agência Internacional de Energia (AIE), tem "a mais brilhante perspectiva" para a produção de petróleo em todo o mundo, entre os países que não são exportadores tradicionais do óleo, e até 2035 deverá estar produzindo 3,5 milhões de barris/dia a mais do que produz hoje. O otimismo contrasta com algum ceticismo doméstico suscitado pelo enfraquecimento financeiro da Petrobras e pelas dúvidas sobre sua capacidade de manter a exploração do pré-sal, sem grandes atrasos.

Em box denominado Boom de petróleo no Brasil ganha ritmo, o relatório da AIE afirma que até 2015 a produção local deverá atingir 2,8 milhões de barris/dia, passando a 4 milhões, em 2020; a 5 milhões, em 2025; a 5,5 milhões de barris/dia, em 2030; até atingir 5,7 milhões de barris/dia, em 2035. O desempenho do País no longo prazo só será inferior ao do Iraque, cuja produção deverá aumentar 5,6 milhões de barris/dia, até 2035.

A AIE é uma conceituada entidade patrocinada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e produz alguns dos mais importantes diagnósticos públicos sobre a produção de petróleo do mundo e a energia em geral.

O relatório de 2012 confirma que está em curso um período de transição no mercado mundial de óleo bruto, decorrente da expansão da exploração de óleo de xisto nos EUA. Em 2020, segundo a AIE, os EUA deverão se tornar o maior produtor de óleo do mundo, superando a Arábia Saudita e eliminando por completo a dependência de importações de petróleo.

As consequências estratégicas desse fato serão relevantes. Por exemplo, os EUA são, hoje, o principal importador do petróleo da Venezuela, que depende da commodity para se manter. Até o fim da década, os EUA deverão se tornar exportadores de petróleo, em termos líquidos, deixando de adquirir no exterior os atuais 2 milhões de barris/dia. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) passará a depender mais das exportações para a Ásia, cujo consumo será crescente.

Em 2012, estima a AIE, a Petrobras investirá US$ 47,3 bilhões em novos projetos, valor inferior apenas ao da Petrochina, que aplicará US$ 48 bilhões. Mas, ao prever que só em duas décadas o pré-sal estará sendo plenamente explorado, a AIE confirma avaliações como a de Norman Gall, do Instituto Fernand Braudel, à revista Veja, de que os gargalos de mão de obra e deficiências de infraestrutura estão entre os entraves para a produção brasileira deslanchar.

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