Zé Ronaldo escreveu...

Uma árvore atualmente
Um pé de...

José Ronaldo dos Santos
Cheguei agora da escola estadual (Idalina A. Graça), do bairro onde moro há 16 anos. Aproveitei para recolher alguns frutos (cajá-manga) da frondosa árvore dali. Afinal, cair frutos era o previsível após o vento forte da madrugada. Outra pessoa fez o mesmo cálculo: encheu uma sacola e se foi.

Pois bem: é sobre a história desse pé de cajá-manga, que há muitos anos vem dando alegria às pessoas, que eu escrevo agora. Tudo começou em setembro de 1999, quando eu e mais cinco professores decidimos promover um gesto
concreto, que marcasse a entrada da primavera. 

A mesma árvore há 13 anos

Iríamos plantar algumas árvores no terreno da escola para abrandar o calor em épocas quentes, oferecer sombras e frutos, dar mais equilíbrio no ambiente etc. Afinal, quem não prefere um espaço arborizado para quebrar a frieza e/ou feiura das nossas construções? Assim fomos até o amigo Arisson, no Monte Valério, escolhemos algumas mudas e plantamos no referido local: no terreno da escola do bairro do Ipiranguinha. Um pé de jambo ficou perto do portão, em seguida vieram as amendoeiras perto de um pé de uva japonesa que já estava bem crescido. Eu decidi, juntamente com a finada Cleuza e o José Aparecido,  que o nosso cajá-manga ficaria o mais protegido possível, perto da secretaria da escola. E ali foi plantado, quase encostado a uma fossa, o espécime que media 30 ou 40 centímetros. Era o dia 21 de setembro de 1999.

Ao longo desses anos todos, sempre vejo que as pessoas, sobretudo os meninos, aproveitam bem, apreciam os frutos. Estão constantemente vasculhando por sua volta. Ela, a árvore,  cresceu muito.    Agora, calculo que a gigante, distante somente alguns metros do velho tarumã, esteja alcançando os seus 15 metros de altura, com um diâmetro considerável para um abraço. Está linda! Deixa muita gente contente! Só um telhado construído recentemente está sendo castigado pelo impacto das frutas que despencam a partir da metade do outono. Coisa ridícula são as marcas deixadas em seu tronco por “seres sem-noção”.

Para encerrar: de acordo com quem produziu a muda, antigo funcionário da ONG WWF (Fundo Mundial para a Natureza), cuja base local era no Monte Valério, a semente primeira foi recolhido no terreiro da antiga Fazenda Velha, dos Irmãos Chiéus, os fabricantes da nossa pinga Ubatubana, aquela que deixou muita saudade. Pesquisando um pouco mais, descobri que a origem desta espécie frutífera está na Oceania, bem longe daqui. Então, não poderíamos  chamar os navegantes portugueses de “ótimos polinizadores”?

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