Pitacos filosóficos do Zé


Regras sensatas

José Ronaldo dos Santos
Todas as ideias absolutistas, desde Hobbes até Marx, “embora com motivos ou fundamentos vários”, defendem que o poder estatal seja exercido sem limitações ou restrições. Oposto a isso está o liberalismo “prescrevendo limites e restrições para o poder estatal”. Para aperfeiçoar a cidadania, creio que o ideal seria as pessoas decidirem racionalmente, por convicções práticas, o que é melhor para o conjunto. Vejamos por exemplo.

Ultimamente, nas escolas, esbarramos num dilema: os alunos coisificados ao extremo, instrumentalizados até o último fio de cabelo, se acham no direito de, dentro da sala de aula, em “plena atividade”, ficarem “escutando o som”, manipulando o celular etc. Uma boa porcentagem fica zangada porque o professor pede para guardar os aparelhos; pior são os sem-noção porque querem discutir na imposição de “seus direitos”. Os resultados disso estão aí: os medíocres analfabetos funcionais ganham espaço considerável até mesmo no  ensino superior.

Existem leis que proíbem tais práticas; existem as comprovações de que tais atitudes só favorecem a corrupção, a não cidadania. Então por que não cumpri-las quando o consenso é tão evidente? Afinal, deixar de cumpri-las e não querer aperfeiçoá-las só tem um resultado: a moral miserável de rebanho se consolida mais e mais. Mas... querer que reflitam sobre a razão instrumental, iniciada por Adorno e Horkheimer no princípio do século passado, é pedir demais para quem nem quer perceber o casulo da imbecilidade que o envolve. Só lhe resta explodir: “Essa maldita filosofia!”

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