Ubatuba em foco

Uma prisão e seus desdobramentos

Sidney Borges
Na semana passada recebi um telefonema informando que o assessor do vereador Rogério Frediani, Robson da Chagas, conhecido como Binho, tinha sido preso. Sem conseguir informações do porquê, limitei-me a reproduzir a nota sucinta do jornal Imprensa Livre

Ontem um leitor cobrou a ausência de um comunicado dando ciência de que Robson das Chagas tinha sido solto. 

Como muitos boatos circulavam sobre a prisão, procurei falar com os envolvidos. Comecei ligando para o senhor Robson e não obtive resposta. Liguei a seguir para a promotoria e fui convidado a ir ao Fórum. O promotor Jaime do Nascimento concordou em me receber. Liguei mais uma vez para o senhor Robson e como não obtivesse resposta, mesmo deixando recado, liguei para o vereador Rogério Frediani que me atendeu e se propôs a comentar o acontecido.

Eu pretendia ouvir a todos, mas só consegui falar com o promotor, Dr. Jaime do Nascimento, e com o vereador Rogério Frediani. As testemunhas não estão disponíveis, suas identidades permanecem sigilosas. O senhor Robson da Chagas disse que não iria falar. Assim, comecei a colher depoimentos:

Por volta das 15h de ontem entrei na sala do promotor e, depois das formalidades de praxe, fui direto ao assunto:

- Por que o senhor Robson da Chagas foi preso?

Dr. Jaime disse que no dia 20 de abril de 2011 foi procurado por duas mulheres, testemunhas do caso conhecido como "Conselho Tutelar". Elas estavam apavoradas e pediram proteção. Tinham medo de sofrer represálias em função do depoimento marcado para a próxima sexta-feira, dia 6 de maio, pois embora não tivessem sido ameaçadas diretamente, tinham recebido um "recado".

Segundo elas, num dia do mês de agosto de 2010, em um ponto de ônibus o senhor Robson expressou, de forma a ser ouvido por quem estivesse à sua volta, que "as testemunhas deveriam ter cuidado com o que dissessem pois conforme o teor teriam de se ver com a equipe do vereador Rogério Frediani".

O promotor afirmou que as testemunhas estavam aterrorizadas, com medo de depor. Depois de ouví-las concluiu que houve tentativa de constrangimento e ofereceu denúncia pedindo a prisão preventiva de Robson da Chagas, Rogério Frediani e o afastamento do vereador de suas funções.

A Justiça concedeu apenas o pedido de prisão do assessor Robson das Chagas, Binho, cuja detenção aconteceu em seguida.

O promotor disse ainda que as testemunhas estão sob a proteção do MP, com comunicação direta 24h por dia e que não serão aceitas quaisquer formas de intimidações ou ameaças.

Com o depoimento do Promotor em mãos rumei para a Câmara Municipal com a intenção de colher a versão do senhor Robson da Chagas, Binho, que foi solto no dia 02 de maio após a Justiça acatar o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado Dr. Michel Kapasi. 

Binho permaneceu irredutível. Não falou.

O vereador Rogério Frediani me recebeu em seu gabinete e disse ser muito estranha a discrepância de datas. O encontro do ponto de ônibus teria acontecido em agosto de 2010 e só em 20 de abril de 2011 a promotoria tomou ciência do fato e agiu de forma intempestiva, pedindo prisões e afastamento com base em denúncias que poderiam ser contestadas.

Disse ainda que se houvesse intenção de coagir teria havido tempo para tal desde agosto e que nada foi registrado nesse intervalo.

Os fatos narrados acima fazem parte do processo que envolve seis vereadores e que deverá ter um desfecho ainda este ano. Não farei comentários, este texto não é opinativo. Deixo as conclusões aos leitores.

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