Mundo

Onde está a verdade?

Sidney Borges
Os Estados Unidos estão em "guerra" com a Al-Qaeda, organização que teve Osama Bin Laden como líder e que foi responsável pelo ataque de 11 de setembro de 2001. Desde aquele momento em que o mundo viu pela TV as torres gêmeas colapsando, Bin Laden tornou-se o inimigo número 1 da América e dos americanos. Jurado de morte, fato que aconteceu quase 10 anos depois, no domingo passado, 1º de maio.

Há, no entanto, algumas indagações pairando no ar. Por que não foi mostrado o corpo, que segundo as notas oficiais foi sepultado no mar depois de passar por ritos religiosos muçulmanos? Por que não divulgam fotos do cadáver? As alegações do presidente Obama não são convincentes. Mesmo nos Estados Unidos há quem torça o nariz para a falta de transparência.

A mídia internacional não comenta um detalhe que certamente não escaparia ao velho Habacuc do exército de Brancaleone. E o dinheiro? A façanha americana custou trilhões de dólares de um país que tem a economia combalida, que não gasta dinheiro em assistência médica à população e que, apesar das vozes em contrário, está em franca decadência.

Concordo com a luta contra o terrorismo, uma forma de luta que considero abjeta, mas que por ser uma forma de luta nunca desaparecerá completamente.

Não concordo com a invasão de países em nome de quimeras, como foi o ataque ao Iraque. As armas de destruição em massa que motivaram a ação nunca foram encontradas e não poderiam ser pois não existiam materialmente, tinham sido criadas na cabeça do ex-presidente Bush.

As ações no Oriente Médio acontecem por conta do petróleo. Não são de hoje, no início dos anos 50 a CIA depôs o governo iraniano e colocou em seu lugar o xá Reza Pahlevi, confiável aos interesses petrolíferos ianques e ingleses. Plantou vento, colheu tempestade na forma dos xiitas, ou melhor, ainda está colhendo. Para conter os aiatolás armou Saddam Hussein. Plantou mais vento, colheu mais tempestade com a Guerra do Golfo e seus desdobramentos. Tudo isso teve um preço que hoje é refletido na economia americana, quebrada há muito tempo e que só sobrevive graças à poupança externa. A China, por exemplo, tem trilhões de dólares aplicados em letras do governo americano. Caso resolva resgatar esse ervário vai causar sérios problemas. Será que os marines seriam enviados nesse caso?

Não derramo uma lágrima por Osama Bin Laden, assassino de inocentes, mas não sou capaz de comemorar sua morte. Morrer todos morreremos, mais cedo ou mais tarde. Tal desaparecimento não trará de volta as torres gêmeas nem aqueles que lá estavam e que foram covardemente assassinados. Esses merecem a minha consideração.

A morte de Bin Laden foi um fato simbólico que vai ser usado politicamente por Obama e que custou muito caro aos combalidos cofres americanos. Resta saber se vai ajudar o presidente democrata em suas pretensões políticas. Como sabemos, quem planta ventos...

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