Energia

E agora José?

Sidney Borges
Estamos vivendo um momento singular. O crescimento econômico demanda cada vez mais energia. E a energia está cada vez mais difícil de ser obtida. Queimar combustíveis fósseis implica em poluição. Usar o potencial hídrico, quando há disponibilidade, tem grande impacto ambiental, alterando flora, fauna e clima. Energia eólica é uma possibilidade, mas nem todas as regiões têm os ventos necessários. No Brasil fala-se muito de energia da biomassa. Com o passar do tempo e o crescimento da população as áreas agricultáveis deverão voltar-se primordialmente à produção de alimentos e não vai haver espaço para a produção de cana de açúcar destinada aos combustíveis.

O que fazer então?

Na França 70% da energia elétrica é produzida em usinas nucleares. Na Alemanha isso não acontece, mas grande parte da energia que move o país é importada da França e tem origem nuclear. Outros países da Europa mantém usinas nucleares em seus territórios. Se a energia nuclear fosse abolida as economias européias sofreriam um grande impacto. O Brasil está desenvolvendo um programa nuclear ambicioso. A Argentina também.

Os recentes acontecimentos no Japão, embora causados por fenômenos sísmicos de grande impacto, colocaram a indústria nuclear em xeque. Usinas nucleares são perigosas, intrinsecamente perigosas, pois quando há um acidente as consequências são imprevisíveis.

O que fazer então?

Precisamos de energia, cada vez mais, fato incontestável. Energia nuclear é uma opção perigosa, o petróleo está caminhando para o final, o potencial hídrico está em vias de esgotamento e outras formas de energia não suprem a demanda.

O que fazer então?

Pouco depois do ataque a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, as coisas pareciam complicadas para os adversários do Eixo. A Alemanha estava às portas de Moscou e o Japão dominava o Pacífico. Na Europa restava apenas a Inglaterra lutando contra Hitler. A possibilidade da derrota fez com que alguns planos mirabolantes fossem considerados.

Sei de três que me chamaram a atenção quando ainda estava no colegial.

O primeiro iria mudar o clima da Europa com o bloqueio da "Corrente do Golfo". Um paredão seria construído no oceano para desviar a corrente. Sem a influência climática da "gulfstream" a Alemanha congelaria. O plano foi descartado pois a Inglaterra, a França, a Bélgica, a Holanda e outros países também congelariam. Nhaca!

O segundo plano era semelhante, mas envolvia gigantescos giroscópios que deveriam altera o eixo de rotação da Terra para congelar Hanz, Fritz, batatas, salsichas, apfelstrudels e chopps. Tudo geladinho. Nem preciso dizer que o plano foi por água abaixo pelas mesmas razões que impediram o desvio da corrente marítima.

Como terceira opção havia a possibilidade de fracionar átomos. Se alguém aventasse tal hipótese no Brasil seria imediatamente despachado para o Juquerí. Átomos! Que tem lôco?

Pois foi essa empreitada que os americanos levaram a cabo à custa de alguns bilhões de dólares. O projeto Manhatan produziu a mais mortal das armas até então concebida. O homem finalmente alcançou o que procurava desde que desceu das árvores. Já era possível acabar com a humanidade. E com os hóspedes do planeta não humanos. Uêba!

Pois agora que estamos na sinuca de bico da energia, está na hora dos governos das grandes potências (Brasil inclusive, sétima economia do mundo!) unirem-se para patrocinar a busca definitiva pela energia farta e barata. Vai custar trilhões de dólares, mas com dinheiro tudo é possível. Com a colaboração de todos a energia que o Sol manda poderá ser traduzida em energia elétrica. É apenas uma questão de vontade.

Temo estar pregando no deserto. Para que gastar dinheiro em benefício da humanidade se podemos gastar trilhões em armas para destruir a humanidade? He, he, he...

Qual teria sido o crime cósmico por mim cometido para vir parar neste hospício? 

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