Opinião

“Postos e posturas”

Corsino Aliste Mezquita
Visitamos o local e o canteiro de obra onde, supostamente, será construído “posto de gasolina”. O local, a menos de cinqüenta metros da rotatória de Taubaté e dentro do trecho de jurisdição do DNIT, ao nosso ver de leigo no assunto, é inadequado e prejudica, irremediavelmente, o transito da rua Prof. Thomaz Galhardo, na entrada da cidade, a ciclovia e a vizinhança.
Imagino a desvalorização dos imóveis, no seu entorno, a constante poluição com os gases do petróleo e os perigos com a localização daquela bomba de efeito retardado no pé da cama das moradias da vizinhança. Quem pagará esses prejuízos?
Não surpreende, nestes tempos de máfias de combustível, alguém queira construir um posto de gasolina na entrada principal da cidade, mesmo que estrangule o transito e prejudique toda a sociedade. O local é visível, de grande movimento de veículos e pode existir o intuito de fazer uma concorrência desleal àqueles, que nas proximidades, estão instalados já vários anos. Afinal de contas vivemos em economia capitalista, de livre concorrência e o capitalismo é selvagem.
O que apavora, a cidadania, são as “posturas”, dos poderes, Executivo, Legislativo e de outros órgãos da administração, no desrespeito à lei, aos direitos dos cidadãos e aos interesses maiores do município de Ubatuba. Existia lei proibindo a construção. Para atender interesses particulares e prejudiciais a Ubatuba altera-se e revoga-se a lei existente. Todo isso em circunstâncias, procedimentos, agressões, acusações, informações de vantagens, para uns e outros, que fazem corar as pedras. É assustador!.
Posto de gasolina é altamente poluidor, inibe as residências nas proximidades e colabora para deteriorar a paisagem e o ambiente social em seu entorno. Sua localização é recomendada fora dos centros residenciais, em espaços amplos, livres de vizinhos e afastados de escolas, hospitais, creches, postos de saúde etc. Nada disso está sendo observado em Ubatuba. Por mais que lutamos, citamos legislação proibitiva e razões de bom senso, não conseguimos evitar que, um posto de gasolina fosse construído, no Saco da Ribeira, a dez metros da porta de uma escola e de um posto de saúde. O procurador da dona era vereador.
Os administradores e legisladores estão movidos, supostamente, por forças que levam o município à ruína.Os efeitos dessas “posturas” são palpáveis e fruto do que escreve Marcelo Otávio Dantas: “A incapacidade de pensar as conseqüências futuras, das circunstâncias presentes se mostra um vício ainda mais trágico quando elevado à esfera coletiva, em que gratificação imediata e a miopia ufanista tem presença sobre os ditames da razão”.(“Sob o signo de Cassandra” – Folha A3 – 18-06-07).
Faz tempo que Ubatuba vive essa incapacidade de pensar ao longo prazo, fazê-lo com grandeza, sem ser movidos a subornos e analisando as conseqüências futuras dos atos praticados no presente. Com um grande agravante. Aqueles que questionam essas leviandades, falcatruas, maracutaias, fraudes, subornos, obras superfaturadas, etc..etc... são qualificados como inimigos de Ubatuba e, se não tomarem cuidado, perseguidos, caluniados e processados.

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