Pitacos do Zé

Bem distante daqui

José Ronaldo Santos
Justin Marozzi, em seu livro Bagdá – Cidade de Paz, Cidade de Sangue, assim descreve uma análise dessa importante cidade iraquiana ao longo de sua história. Vale o esforço em ler e tirar lições para a nossa realidade tão próxima e atual, sobretudo nas áreas cultural e ambiental que não estão nem aí para as riquezas que se esvaem descaradamente em benefício de poucas pessoas. 

Alguns historiadores sugerem que a natureza tumultuosa da sociedade de Bagdá, incluindo a incansável sucessão de revoltas e rebeliões que aflige a cidade há séculos, pode ser parcialmente explicada pela colisão fundamental de culturas entre a população urbana e tribos nômades predatórias que a cercavam. [...]

O urbanismo foi dominado pela influência forçada das tribos nômades que mudaram radicalmente o tecido social da cidade, injetando seus princípios rudimentares e sua moral na sociedade bagdali. As tribos mantiveram seus costumes grosseiros, nunca os modificaram. Elas cercavam a cidade há tempos, olhando com olhos gananciosos, desejando uma oportunidade de saquear e queimar a modernidade da gloriosa Cidade da Paz. Com o tempo, o cidadão comum de Bagdá desenvolveu uma cultura dupla: uma parte que representava o sofisticado citadino e outra que emulava os hábitos nômades e tribais, com vingança, saques, destruição de propriedade pública e outras práticas indescritíveis.

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