Coluna do Celsinho

Diaféria

Celso de Almeida Jr.

Não sei o motivo.

Veio à cabeça o nome do Lourenço Carlos Diaféria, falecido lá em 2008.

Talvez, tenha sido o fim do Jornal da Tarde, decretado neste 31 de outubro passado.

Décadas atrás eu procurava os textos dele no JT.

Contista, cronista; seu estilo sempre me agradou.

Sobre crônicas, pincei algumas frases suas:

"O cronista precisa fingir que faz crônicas por divertimento e que trabalha por não ter o que fazer."

"No jornal, a crônica é o intervalo do grande espetáculo. Não resolve nada."

"Crônica só serve para dar um tempo de o sujeito ir lá fora, comprar amendoim, tomar café, espreguiçar-se. Talvez até seja uma inutilidade."

Diaféria foi preso no final dos anos 70, época do regime militar.

Foi enquadrado na lei de segurança nacional pelo seguinte trecho de "Herói. Morto. Nós", publicado na Folha de São Paulo:

"O Duque de Caxias é um homem a cavalo reduzido a uma estátua...O povo urina nos heróis de pedestal."

Lourenço Diaféria viveu intensamente ligado a cidade de São Paulo, onde nasceu em 1933, no bairro do Brás.

Uma definição sua traduz bem a capital paulista e seu entorno:

"Megalópole é o mesmo que um x-tudo de pedra, aço, cimento e vidro com bastante mostarda e ketchup.”

Saudade do Diaféria.

Taí...descobri!!

Saudade da paulicéia.

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