Eleições 2012 - Ubatuba

É a matemática estúpido...

Sidney Borges
A expressão "é a economia estúpido" foi criada por James Carville, assessor da campanha de Bill Clinton e serviu para derrotar George Bush, o pai. Faço uma adaptação aos dias que correm e a uso para fazer alguma considerações sobre a eleição de ontem, 7 de outubro de 2012.

Alguns meses atrás ainda não estava claro quem seria o candidato que Eduardo Cesar lançaria para ser seu sucessor. Falava-se em Sato e em Júnior, secretário de obras, que chegou a iniciar uma campanha com adesivos em carros, mas foi preterido na corrida ao trono. Para os que acompanham política era sabido que Maurício Moromizato seria o adversário da situação. Bem votado em 2008, Moromizato tinha a seu favor a popularidade em queda do prefeito e o trabalho incansável da militância petista.

Acabei de colocar dois parágrafos de obvidades, logo chego aonde pretendo. Na matemática. Escolhido o candidato a sucessor ficou claro que a parada seria difícil. Sato nunca emplacou. Jamais conseguiu entusiasmar o eleitorado. Eduardo Cesar sabia disso e em uma reunião famosa na Praia Dura colocou seus temores e sua estratégia para impedir a vitória do opositor. Estavam presentes alguns futuro candidatos cujos olhos brilharam de entusiasmo com a possibilidade de receber apoio do Rei, que teria dito algo do seguinte teor: "se a campanha do Sato não decolar eu apoio qualquer um de vocês, farei qualquer coisa para impedir a vitória do Moromizato".

As palavras podem ter sido outras, em síntese estou colocando o que me foi passado por diversos participantes do colóquio.

A candidatura Sato continuou batendo pino enquanto Moromizato crescia. Sem números é difícil saber a quantas andamos. A base da estratégia política - e da guerra - é a informação. O apoio da máquina dá a impressão de força. Contando com os votos dos agregados, mas inseguros os estrategistas da situação tomaram uma decisão que considerei suicida - e foi suicida - dividiram as preferências dos eleitores apoiando abertamente uma segunda candidatura. De mesmo perfil ideológico. 

Quando algumas pesquisas começaram a pipocar na mídia tive acesso aos números de duas delas sem registro na Justiça Eleitoral, mas com dados tão próximos que me deram a impressão de autenticidade. Maurício tinha ampla vantagem nas duas. Houve estrilos por toda parte, mas restritos aos envolvidos na disputa, as pesquisas não eram públicas.

O caldo entornou quando veio a público a pesquisa do Imprensa Livre. Houve choro e ranger de dentes e foi aberta a caça ao Saulo que teria manipulado os números na versão de alguns eleitores da situação que mostraram descontrole e desespero.

Usando de um mínimo de matemática foi possível traçar as curvas que os números definiam no plano cartesiano e assim fazer uma previsão do que aconteceria ontem.

Só não foi posível prever que a vitória da oposição seria tão contundente.

Mérito do Moromizato, mas também de Eduardo Cesar e seus espantosos oitenta e dois por cento de rejeição.

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