Pitacos do Zé


Apenas uma viagem

José Ronaldo dos Santos
Ao embarcar no ônibus para Caraguatatuba (Empresa Litorânea), notei algo muito estranho: somente de um lado as poltronas eram duplas; do outro, em toda a extensão, era uma poltrona atrás da outra. Ou seja, o coletivo 1701, tinha, se não me engano, por volta de trinta assentos. Então, resolvi anotar:

Saída da rodoviária de Ubatuba: 12:05 horas. Depois de uma volta pelo centro da cidade, novamente passamos em frente da rodoviária às 12:16 horas. Restavam quatro lugares desocupados. Quando estávamos no bairro da Estufa, às 12:22 horas, cinco pessoas já viajavam em pé. Depois foi enchendo, enchendo, enchendo... Ainda tive a pachorra de, após muitos descerem e subirem, contar na praia do Sapê, pouco antes da metade do percurso de cinquenta quilômetros: vinte pessoas estavam viajando no desconforto, de pé. Depois encheu mais. Observação: vários dos passageiros estavam se dirigindo para atendimento médico, no A.M.E.

Questionamentos:

1- É natural que, num ônibus intermunicipal, durante cinquenta quilômetros, as pessoas paguem para viajar nessas condições?
2- Por que é permitido à empresa, em viagem relativamente longa, escalar regularmente tal modelo de veículo?
3- Quem deve fiscalizar os transportes públicos, exigir que os mais pobres sejam tratados com dignidade?

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu